Personalidades da mídia e políticos repercutem o brutal assassinato do jovem congolês

O caso é investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Moise foi encontrado morto na segunda-feira passada, 24, sem vida na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio

10:52 | Fev. 01, 2022

Moïse, imigrante congolês no Brasil, foi amarrado e espancado até a morte no Rio de Janeiro (foto: Reprodução/Redes Sociais )

Após os familiares de Moise Kabagambe, de 24 anos, denunciarem o bárbaro assassinato do jovem congolês, o qual teria sido espancando até morte por cinco pessoas depois de cobrar o seu salário ao gerente de um quiosque no Rio de Janeiro, o caso ganhou repercussão. E causou grande comoção entre anônimos e famosos nas redes sociais. Personalidades da mídia e políticos vieram a público se manifestar sobre o crime e os fatores que levaram até o homicídio do rapaz.

"Esse ato brutal não manifesta somente racismo estrutural da sociedade brasileira, mas também a xenofobia em sua pior forma. Exigimos justiça para Moise, seus familiares e amigos", publicou nas suas redes sociais o Instituto Marielle Franco.

Com grande influência nas redes sociais ao falar sobre questões raciais, o advogado Thiago Amparo questionou a forma como o crime aconteceu: “Um país em que uma pessoa preta africana é espancada a céu aberto por longos 15 min por 5 pessoas, é amarrada inconsciente e continua a ser espancada, e o local continua a funcionar normalmente, não merece nada menos do que botar fogo e reconstruir das cinzas”, publicou o advogado.

Outra indagação de Thiago é quanto a forma que o caso vai ser tratado pelas autoridades. Ele continuou questionando se a morte de Moise será vista como mais um caso isolado entre os vários casos diários.

Os 5 agressores do congolês Moïse Kabamgabe já foram identificados? A polícia civil isolou a cena do crime? A PM está rondando a área? O gerente que continuou a trabalhar já foi identificado? O governador já fez coletiva e falou com a família? É área de milícia? #JusticaPorMoise

— Thiago Amparo (@thiamparo) January 31, 2022

 

A ex-deputada e candidata a vice-presidente nas eleições de 2018, Manuela d’Ávila (PCdoB-RS), usou o twitter para demonstrar sua indignação e pedir justiça: “Absurdo, revoltante e inaceitável o caso do imigrante congolês Moise que estava apenas cobrando o pagamento de seu salário num quiosque na Barra da Tijuca e foi assassinado a pauladas. O racismo segue destruindo vidas em nosso país! Queremos justiça!", comentou.

A ativista pela educação e deputada federal, Tábata Amaral (PSB-SP), se solidarizou com a família e cobrou que os culpados sejam punidos. “Toda a minha solidariedade aos familiares de Moïse Kabagambe. Trabalhador imigrante, amarrado, torturado e espancado até a morte por pedir seu salário atrasado. Que o sentimento de indignação que nos acomete não permita que permaneçam impunes por todos esses crimes cometidos”, disse.

Toda a minha solidariedade aos familiares de Moïse Kabamgabe. Trabalhador imigrante, amarrado, torturado e espancado até a morte por pedir seu salário atrasado.

Que o sentimento de indignação que nos acomete não permita que permaneçam impunes por todos esses crimes cometidos. pic.twitter.com/wfONneMv0o

— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) February 1, 2022

Terceiro deputado federal mais votado do Rio de Janeiro pelo PSB, Alessandro Molon, escreveu em suas redes sociais sobre o brutal assassinato: “A morte de Moise Kabamgabe, que veio para o Brasil em busca de uma vida melhor, mas acabou brutalmente assassinado no Rio depois de cobrar pagamento pelo seu trabalho, deve ser investigada até o fim”, ressaltou.

A morte de Moïse Kabamgabe, que veio p/ o Brasil em busca de uma vida melhor, mas acabou brutalmente assassinado no Rio depois de cobrar pagamento pelo seu trabalho, deve ser investigada até o fim. Meus sentimentos e minha solidariedade à família e aos amigos. #JusticaPorMoise

— Alessandro Molon (@alessandromolon) February 1, 2022

O caso é investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Moise foi encontrado morto na segunda-feira passada, 24, sem vida na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O motivo do crime, de acordo com a família do rapaz, teria sido a cobrança de salários atrasados ao gerente do quiosque em que trabalhava como ajudante de cozinha. Por isso, foi espancado até a morte por cinco pessoas. Câmeras flagraram o espancamento e testemunhas disseram que os bandidos usavam pedaços de pau e um taco de baseball.