Iniciativa leva fogões ecoeficientes para famílias do semiárido brasileiro

Até agora, 50 famílias do Rio Grande do Norte e Paraíba foram beneficiadas

15:01 | Set. 12, 2021

O fogão ecoeficiente tem como objetivo produzir o máximo de calor utilizando a menor quantidade de biomassa vegetal (foto: divulgação)

Uma parceria entre a Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel) e as empresas Qair e Neoenergia está mudando a realidade de famílias carentes que vivem na região do semiárido nordestino, com a instalação de fogões ecoeficientes.

O equipamento é composto por uma estrutura em alvenaria, isolamento térmico, uma grelha de ferro fundido, que auxilia na oxigenação da combustão, além de uma câmara de combustão de material refratário, que suporta altas temperaturas e reduz em até 50% o consumo de biomassa. A estrutura também conta com uma chaminé, responsável por levar a fumaça para fora das residências. Custando entre R$ 1.500 e R$ 1.800, dependendo da estrutura, o fogão ecoeficiente tem como objetivo produzir o máximo de calor utilizando a menor quantidade de biomassa vegetal, contribuindo para a diminuição do desmatamento.

Até agora foram atendidas famílias nos municípios de Afonso Bezerra, Lagoa Nova e Bodó, no Rio Grande do Norte, e Santa Luzia e São José do Sabugi, na Paraíba. Elas foram escolhidas após análise da situação de vulnerabilidade social. “Os fogões ecoeficientes visam não só a eficiência energética com a diminuição no uso de lenha, mas também na prevenção de doenças respiratórias causadas pela fumaça,” explica Wagner Gomes, diretor de negócios da Adel. Ainda segundo ele, a Adel está entrando em contato com outras empresas para levar a tecnologia a outras comunidades do Nordeste.

De janeiro a junho de 2021, o botijão de gás com 13 quilos teve reajuste de 13,75%, sendo encontrado em alguns locais custando mais de R$ 100. Com isso, o número de famílias que não conseguem comprar o produto e passam a utilizar lenha para fazer comida tem crescido nos últimos anos.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 pelo menos 25% das famílias brasileira utilizaram lenha em algum momento para fazer comida. Esses dados não foram atualizados nos dois últimos anos por causa da pandemia do Covid-19.