Policiais algemam youtuber negro que praticava manobras de bicicleta em Goiás

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Filipe Ferreira é visto filmando manobras de bicicleta quando agentes militares de Goiás o abordam de maneira truculenta. Caso revoltou internautas, que apontam racismo estrutural na abordagem

10:21 | Mai. 29, 2021

Quase um mês após a abordagem, Filipe denunciou estar sendo perseguido por PMs na cidade (foto: Reprodução/Twitter)

Vídeo de abordagem policial na Cidade Ociental, em Goiás, tornou-se assunto comentado nas redes sociais nessa sexta-feira, 28. Filipe Ferreira é visto filmando manobras de bicicleta para seu canal no YouTube quando agentes da Polícia Militar de Goiás o abordam de maneira truculenta, pronunciando gritos de ordem e sacando uma arma ao serem questionados pelo jovem. Caso teve repercussão com inúmeras críticas ao racismo estrutural no Brasil, uma vez que o jovem é negro. 

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A situação é capturada pela câmera do celular do youtuber. “Esse é o procedimento”, diz um dos policiais. Filipe tira a camisa para mostrar “que não tem nada” e logo depois é algemado por, segundo um dos agentes, não ter obedecido imediatamente à ordem dada. “Resiste aí para você ver o que vai acontecer contigo”, diz ele antes de algemar o rapaz.

O youtuber pede para fazer uma ligação, e o policial afirma que o aparelho será levado com ele a uma unidade policial. “Pelo amor de Deus, eu sou trabalhador”, pontua o jovem. “É, e eu sou vagabundo, eu estou aqui brincando”, ironiza o policial em resposta. “Esse é o meu procedimento. Obedece a ordem. A gente dando uma ordem simples pra você”, finaliza.

O que acontece se você for negro e estiver treinando manobras no parque com sua bike? Não sabe? Veja o que aconteceu hoje na Cidade Ocidental. pic.twitter.com/1fbu4LYL5O

— Gabriel Eduardo (@oblogdobiel) May 28, 2021


No Twitter, muitos internautas criticaram a ação. "É bom lembrar que a Polícia é racista porque o ESTADO e a SOCIEDADE são racistas", escreveu o usuário identificado como Carlos Latuff.

A Polícia Militar de Goiás ainda não se manifestou sobre o vídeo até a publicação desta matéria.