Vacinas contra o coronavírus podem surgir antes do que se imaginava, diz Cláudio Lottenberg

Presidente do Instituto Coalizão Saúde afirma que "em dois ou três meses" pode haver novidades sobre novos medicamentos

16:20 | Abr. 30, 2020

Presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Claudio Lottenberg (foto: MATEUS DANTAS EM 14/10/2016)

Um dos nomes mais respeitados na medicina brasileira, Cláudio Lottenberg, presidente do Instituto Coalizão Saúde, afirmou nesta quinta-feira, 30, que eventuais vacinas contra o novo coronavírus podem surgir "antes do que se imaginava". Em videoconferência com o grupo de líderes empresariais Lide Ceará, o especialista disse que há perspectivas positivas sobre novos medicamentos que possam combater a pandemia, e que dentro de "dois ou três meses" é possível haver anúncios sobre o tema.

"Falam que a vacina vai demorar, no mínimo, um ano para ficar acessível à população, mas acho que o andamento disso vai surpreender. Atualmente, temos 75 centros de pesquisa testando, em todas as partes do mundo, vacinas contra o coronavírus. Em alguns meses devem anunciar algo", afirma Lottenberg. Para o médico, após o medicamento ter sua efetividade comprovada, a produção industrial do mesmo, em larga escala, será realizada em curto espaço de tempo.

Lottenberg também alertou a população sobre o uso da cloroquina, afirmando que ainda não há estudos que comprovem a eficácia do medicamento contra o coronavírus. "Há indícios de que pode ajudar, mas ainda não há nada conclusivo. As pessoas não podem tomar de forma irresponsável, até porque possui efeitos colaterais", pontua.

Ele também destacou que a disseminação de informações imprecisas sobre a substância, que já teve seu uso estimulado até pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), acaba prejudicando quem realmente precisa da medicação, caso de pessoas que tratam malária e lúpus. "As farmácias estão sem o remédio", lamenta.

Por fim, o médico destacou que um eventual afrouxamento do isolamento depende de alguns aspectos para ser feito de forma gradativa e em segurança. "Em primeiro lugar, a testagem deveria ser uma política nacional e de Estado, inclusive para os profissionais da saúde. O SUS (Sistema Único de Saúde) tem 45 mil pontos de atendimento no País, além de farmácias que podem fazer também. Deve ser uma prioridade", opina.

Além disso, ele pontua que o Governo Federal deve aderir a uma postura educacional para estimular o uso de máscaras e o distanciamento social. "Há formas de fazer isso acontecer, seja por decreto, propaganda, etc. É preciso educar a população quanto à necessidade de tomar essas medidas", conclui.