Condições de trabalho podem afetar a saúde do professor, diz pesquisa
No dia do professor, CNTE divulga pesquisa em que aponta a secretaria de educação como o órgão com o maior percentual de servidores públicos afastados

Uma pesquisa feita em três estados - Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina - e no Distrito Federal (DF) mostra a Secretaria de Educação como o órgão com maior percentual de servidores públicos afastados por doenças no DF e em Santa Catarina. O Distrito Federal lidera o índice - 58% dos profissionais foram afastados por motivo de doença pelo menos uma vez no ano. Em Santa Catarina são 25%. No Rio Grande do Sul, a educação aparece como a área com o terceiro maior índice de afastamento entre as secretarias do estado, 30%.
A pesquisa foi feita pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad) entre 2011 e 2012 e divulgada no ano passado.
Outra pesquisa, citada em revista da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) de 2012 - Trabalho Docente na Educação Básica no Brasil -, revela que as principais causas de afastamento de docentes são processos inflamatórios das vias respiratórias (17,4%), depressão, ansiedade, nervosismo, síndrome do pânico (14,3%) e estresse (11,7%). Foram entrevistados 8,9 mil professores em Minas Gerais, no Espírito Santo, em Goiás, no Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Norte e Pará.
"Temos uma categoria que sofre muito de estresse pelo número de alunos em sala de aula, pelos salários baixos, pelas difíceis condições de trabalho", diz o presidente da CNTE, Roberto Leão, acrescentando que o estresse leva a outras doenças. Segundo ele, é difícil conseguir dados nacionais confiáveis e, geralmente, as doenças não são tratadas nas causas.
Leão cita o excesso de estudantes em sala de aula, a violência nas escolas, a falta de tempo para planejar aulas e corrigir provas, o que faz com que os profissionais ocupem o tempo livre e os finais de semana com trabalho, como algumas das condições que levam às doenças. "Precisamos que os profissionais estejam bem porque eles vão lidar com adolescentes, jovens, que são o futuro do país", afirma.
Legislação
No Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado pela presidenta Dilma Rousseff, estão as metas de garantir a formação continuada e pós-graduação aos professores, equiparar o salário ao dos demais profissionais com a mesma escolaridade e garantir plano de carreira. O primeiro prazo termina no ano que vem, limite para a definição do plano de carreira.
"O professor é uma peça-chave na educação do país e, se quisermos dar prioridade à educação, precisamos valorizar o professor em termos de salário, de condições de trabalho, além do reconhecimento social da importância da profissão", diz a coordenadora-geral do movimento Todos pela Educação, Alejandra Velasco.
Homenagem
Para homenagear os professores nesta quinta-feira, 15, quando é comemorado o seu dia, o movimento Todos pela Educação convida os internautas a agradecer aos profissionais nas redes sociais, com a hashtag #obrigadoprofessor.
O slogan da campanha é “Se tem uma lição de casa que o Brasil precisa fazer, é valorizar o bom professor”. Segundo o movimento, a ideia é estimular que todos reconheçam e valorizem o trabalho desses profissionais no dia a dia e que aproveitem a data para homenagear um ou mais professores que tenham marcado a trajetória pessoal.
Para que o país ofereça uma educação de qualidade a todas as crianças e jovens, o Todos Pela Educação definiu cinco atitudes que podem ser tomadas por toda a população para acompanhar de perto a educação e ajudar no aprendizado.
Valorizar o professor, profissional central no processo de ensino, o aprendizado e o conhecimento é a atitude 1 do movimento.
Redação O POVO Online
com informações da Agência Brasil