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Agência publicitária usa imagem de travestis em campanha e causa polêmica

Internautas consideraram a peça publicitária preconceituosa por fazer comparação depreciativa e de teor transfóbico.

12:50 | 22/10/2015
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Uma campanha publicitária direcionada aos mecânicos circulou na última quarta-feira (21) no Facebook e causou polêmica por ser considerada por muitos internautas uma produção de conteúdo transfóbico (preconceito por transexuais, travestis e transgênero) por fazer comparação depreciativa entre travestis e peças não-originais usadas em oficinas mecânicas.

A peça publicitária, chamada de “The Shemale Calendar” (O calendário travesti), criada pela agência Leo Burnett Tailor Made , fazia propaganda das peças automotivas da empresa Meritor e foi publicada ontem no perfil de  39º Anuário do Clube de Criação (associação de pessoas interessadas em publicidade e criatividade).  O calendário tinha fotos de travestis em poses sensuais ao lado de suas respectivas documentos com fotos masculinas e seguinte texto: “ Se não é original, mais cedo ou mais tarde você sente a diferença ” .
 
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A publicação da peça publicitária, chamada de “The Shemale Calendar” (O calendário travesti), criada pela agência Leo Burnett Tailor Made recebeu centenas de comentários negativos. Os internautas consideraram a peça publicitária preconceituosa por fazer comparação depreciativa e de teor transfóbico. Após a polêmica, a publicação foi apagada. Porém, os internautas fizeram diversos “prints” da publicação e republicaram na página 39º Anuário do Clube de Criação.
 
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Marcelo Reis, diretor geral e sócio e copresidente da agência Leo Burnett Tailor Made, se defendeu e postou em seu perfil  “ Esse calendário foi criado há mais de 2 anos, de forma equivocada, mas sem o intuito de ofender ninguém. Já na primeira semana de distribuição solicitamos para as oficinas que não fosse fixado nas paredes. A peça foi inscrita no festival do Clube de Criação por uma falha nossa. Somos uma empresa que sempre respeitou e apoiou a diversidade. Eu, Marcelo Reis, peço desculpas. Lamentamos o constrangimento causado. Já solicitamos ao Clube de Criação que o trabalho seja retirado do Festival, por não estar alinhado com nosso modo de pensar e agir ”.

O  Clube de Criação, associação de pessoas interessadas em publicidade e criatividade, falou à imprensa que  “ não tem qualquer relação com a seleção das peças. O prêmio existe há 40 anos e agências e pessoas físicas inscrevem suas campanhas e um júri seleciona. Esse júri é soberano e o clube não faz nenhum juízo de valor na peça ”.

Segundo o departamento de marketing da unidade brasileira da Meritor, empresa de peças automotivas citada na peça, não foi aprovada nenhuma campanha publicitária com o referido conteúdo e desmente que já tenha dito algum contato com a agência Leo Burnett Tailor Made. Em nota, a empresa afirmou que vai checar internamente o que pode ter acontecido.
 

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