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Itaú é processado e deve pagar R$ 20 mi por tratar mal seus funcionários

Segundo o MPT-TO, a empresa não liberou uma funcionária que abortava durante o trabalho, além de sobrecarregar seus funcionários e puni-los por ficarem doentes

18:14 | 03/06/2015

O banco Itaú está sendo processado em 20 milhões de reais, após o Ministério Público do Trabalho do estado de Tocatins (MPT-TO) constatar assédio moral por conta de uma funcionária que teria sofrido aborto espontâneo, em 2010, em uma de suas agências.

Além disso, o MPT acusa a empresa também de sobrecarregar seus funcionários, não contabilizar as horas extras e punir trabalhadores que ficam doentes.

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De acordo o órgão, esse comportamento da empresa estaria ocasionando problemas físicos e psicológicos aos empregados.

Aborto

O caso da mulher grávida foi relatado pelo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Crédito do Estado do Tocatins (Sinte-TO), que, segundo o site Exame, teria abortado durante o horário de trabalho, mas foi obrigada a terminar suas tarefas, para depois procurar um médico.

Em nota, o MPT confirmou o ocorrido. "Mesmo ensanguentada, não pôde sair da agência até fechar a tesouraria, três horas depois do aborto”. Ainda segundo as informações, o feto teria sido guardado em um saco plástico.

Depois de ser atendida, a mulher ainda voltou ao trabalho para transferir sua função para outro colega. Além disso, seu direito de descanso, que era de 30 dias foi reduzido para quatro.

Sobrecarregados

Os casos de trabalhos excessivos também foram relatados pelo MPT, que algumas vezes não permitia que os funcionários almoçassem para fazer hora extra.

Em nota, o MPT informou ainda que alguns bancários teriam sido punidos pela empresa por ficarem doentes.

"Neste ambiente inslubre, empregados sofreram doenças organizacionais, como estresse, tendinite e lesão por esforço repetitivo, sendo alguns demitidos em razão dos problemas de saúde", disse MPT-TO, em nota.

Resposta

Segundo o site Exame, o banco respondeu as acusações em nota: “o fato relatado é estarrecedor, fere os mais fundamentais princípios da organização e é inadmissível na nossa ética e cultura de respeito e valorização dos profissionais".
Ainda em defesa, a empresa disse que o MPT-TO realizou as investigações sob sigilo e que os documentos só foram acessados pela empresa nesta quarta-feira, 3. "Desta forma, iniciamos a apuração dos fatos, inclusive, para a aplicação das devidas penalidades funcionais, cíveis e trabalhistas".
Além do valor da indenização, o processo pede que o Itaú estabeleça metas "compatíveis com a atividade laboral", organize pausas remuneradas para descanso, além do pagamento de horas extras e sem acúmulo de funções. Outra parte da investigação pede que o banco não "persiga os bancários que prestaram depoimento no inquérito”. Segundo o site Exame, uma audiência está marcada para o dia 12 de junho para ouvir as duas partes.   

 

Redação O POVO Online

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