Policia Civil investiga suposto desvio de verbas em negociações do São Paulo

Mesmo sem a divulgação de nomes, dirigentes do clube e empresários dos jogadores devem ser alvos da polícia

17:56 | Dez. 22, 2025

Por: João Bosco Neto
São Paulo sofre com a terceira crise extracampo em dezembro (foto: Paulo Pinto/São Paulo FC)

A Polícia Civil de São Paulo, através do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), abriu um inquérito para investigar um possível desvio de verbas no São Paulo Futebol Clube. A investigação acontece em segredo de justiça há alguns meses e foi confirmada pela Secretária de Segurança Pública do Estado na manhã desta segunda-feira, 22.

As suspeitas partem de um suposto desvio na venda de jogadores formados nas divisões de base do Tricolor, devido aos baixos valores nas transações. Mesmo sem a divulgação de nomes, dirigentes do clube e empresários dos atletas são os alvos da polícia.

De acordo com informações do UOL, as fontes da investigação afirmam ter "elementos contundentes" de prova. A quebra de sigilos bancários de alguns dos acusados foi autorizada pelas forças competentes e segundo informações prévias, um dos nomes citados é considerado um dos agentes esportivos mais importantes do mundo.

Ainda segundo informações da reportagem, indícios apontam que o desvio de verba não envolvia somente as contas dos suspeitos, mas também de pessoas próximas a eles.

O caso é conduzido pelo delegado Tiago Correia, o mesmo responsável pela investigação da "Vai de Bet", ex-patrocinadora do Corinthians. Esta não é a primeira investigação em curso na equipe paulista, uma vez que o clube também é contemplado por uma ação do Ministério Publico que analisa uma suposta venda ilegal de camarotes do estádio Morumbis.

Por este motivo, foram afastados de seus cargos Douglas Schwartzmann, diretor-adjunto das categorias de base do São Paulo, e Mara Casares, diretora feminina, cultural e de eventos do clube. O MPSP solicita agilidade nos processos e existe uma possibilidade de ambas as investigações serem unificadas. Nos duas ações, a agremiação é considerada a vítima.

Em nota à imprensa, o São Paulo afirma não ter conhecimento de nenhuma investigação em curso, mas afirma estar disponível para prestar maiores esclarecimentos caso necessário.

"O São Paulo Futebol Clube informa que ainda não tem conhecimento de qualquer investigação em andamento. Ainda assim, o clube se coloca à disposição para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários às autoridades assim que formalmente citado", afirma a instituição.

Relembre o escândalo dos camarotes

Em gravação, obtida pelo ge e divulgada na segunda-feira, 15, Douglas Schwartzmann admite que ele, Mara Casares e outras pessoas ganharam dinheiro com um esquema de venda ilegal de ingressos para camarotes do estádio Morumbis, casa do São Paulo Futebol Clube. 

Nos áudios, Schwartzmann afirma que Mara Casares recebeu do superintendente Marcio Carlomagno um camarote e comercializou ingressos do show da cantora colombiana Shakira, em fevereiro deste ano. Carlomagno é considerado o braço direito de Julio Casares e principal nome da situação para eleição de 2026. 

Segundo a gravação entre os dirigentes, o camarote 3A foi repassado a Rita de Cassia Adriana Prado, intermediária no esquema e terceira pessoa que aparece na conversa. Rita se tornou responsável pela exploração do espaço e vendeu ingressos para o show de Shakira. Somente com o camarote 3A, o faturamento seria de aproximadamente R$ 132 mil.

(Com Gazeta Esportiva)