Presidente do Fortaleza explica negociação para a transferência de Kieza para o Náutico

Marcelo Paz comentou as declarações do atacante, que disse ter pensado em entrar na Justiça para garantir sua saída do Fortaleza para o Náutico.

18:49 | Jan. 10, 2020

O Náutico já havia revelado interesse na contratação do atacante Kieza em novembro. (foto: Júlio Caesar/O POVO)

Esteve longe de ser tranquila a negociação que resultou na transferência do atacante Kieza do Fortaleza para o Náutico no início da semana. Os dois clubes, o jogador e seu empresário travaram uma espécie de “queda de braço” nos bastidores para garantir a liberação do atleta, que tinha contrato com o Leão até abril de 2020.

Na sua coletiva de apresentação como reforço do Náutico, Kieza revelou que ele e o empresário precisaram “ir para o pau” e estava disposto a acionar a Justiça trabalhista para garantir sua ida para o clube pernambucano. Ele revelou também que já estava acertado com o Náutico desde novembro passado e que está disposto a fazer sacrifício para jogar no Timbu. “Eu ia para a Justiça, arrumar qualquer jeito para sair. Eu abri mão de muita coisa que eu tinha direito para poder voltar para o Náutico. Muitos estão falando que Rogério liberou, mas foi a gente que resolveu. Até o Náutico teve de entrar de uma forma financeira também. A diretoria aqui se empenhou muito”, declarou Kieza, em Recife.

Em entrevista ao Esportes O POVO, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, deu a versão do clube sobre como ocorreu a negociação para a saída de Kieza. Ele confirmou que o acordo só foi possível após o pagamento de uma compensação financeira por quebra de contrato. O dirigente também reforçou o desejo de Ceni em contar com o jogador em 2020, mas garante que o técnico não interviu diretamente na negociação.

“Kieza decidiu por si só que queria jogar no Náutico, mas ainda tinha quatro meses de contrato com o Fortaleza. E nós dissemos pra ele que não liberaríamos, porque nenhum jogador pode chegar e dizer, ‘agora vou embora’. Porque o Fortaleza cumpre com todos os seus compromissos, rigorosamente. Premiação de acesso a Sul-americana todo mundo recebeu, inclusive ele. Então, dissemos que se ele quisesse ir embora tínhamos que discutir sobre m ressarcimento e foi se discutindo, numa boa, me surpreendo com esse ‘ir pro pau’. Talvez quis agradar a torcida do Náutico dizendo isso. A participação do Rogério foi em nível técnico, ele disse que contava com o jogador, que nos ajudaria e que a direção resolvesse. Náutico entrou com composição financeira, pra ele ia sair de graça. Ele realmente veio decidido a não ficar e a gente achou esse caminho. Mas o recado que fica é muito simples. Nenhum jogador vai chegar aqui e vai dizer eu quer ir embora e vai sair graciosamente. Fortaleza cumpre seus contratos e quer que quem tem contrato com a gente também cumpra”, afirmou Paz.