Unidade de testagem da Fiocruz para Covid-19 inicia atividades no Ceará nesta segunda-feira, 24

A unidade fica no Eusébio e aumenta a capacidade de testagem cearense para 13 mil testes por dia, beneficiando também outros estados do Nordeste

13:27 | Ago. 24, 2020

Parceria com a Fiocruz permitiu novos pontos de testes (foto: Tatiana Fortes/Divulgação)

Com potencial para processar diariamente até 10 mil testes moleculares, uma nova unidade de testagem para Covid-19 foi inaugurada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará nesta segunda-feira, 24. A Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 é localizada no Eusébio, e eleva a capacidade de testagem cearense para 13 mil testes ao dia, beneficiando também outros estados do Nordeste. 

A central de testagem é equipada com plataformas automatizadas doadas pela iniciativa "Todos Pela Saúde", liderada pelo Itaú Unibanco. Além do financiamento do Ministério da Saúde, o projeto recebeu cerca de R$ 200 milhões da inciativa privada, sendo cerca de 180 milhões do programa.

No local, é utilizada a metodologia de PCR em tempo real e os resultados dos exames são liberados em até 48 horas. Construída em pouco mais de dois meses, as novas instalações do Ceará ocupam uma área de aproximadamente 2,3 mil m².

Na cerimônia de inauguração, marcaram presença o ministro interino da Saúde general Eduardo Pazuello, o governador do Ceará Camilo Santana (PT), a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e o coordenador da Fiocruz Ceará, Carlile Lavor, além de outros representantes de setores envolvidos.

Camilo parabenizou a parceira público-privada que viabilizou a construção da unidade, e realçou a necessidade de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). "Ela [a central de testagem] permitirá gerar informações para que os gestores, secretários, prefeitos, governadores, e ministros possam tomar decisões", afirmou.

O governador disse ainda que a unidade vai possibilitar testes para outros estados do Nordeste, além do Ceará. "Minha palavra é de agradecimento aos parceiros que lideraram esse processo", completou.

A Fiocruz, instituição vinculada ao Ministério da Saúde, tem prestado apoio aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) e atuado na ampliação da capacidade nacional de processamento de amostras, ação considerada fundamental para a vigilância epidemiológica do coronavírus e o enfrentamento da pandemia.

Conforme a presidente da Fiocruz Nísia Trindade Lima ressaltou no evento, as unidades de apoio como a que foi inaugurada no Ceará permanecerão "como legado" para o SUS após a pandemia. Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo também estão entre os estados contemplados com as plataformas capazes de processar em larga escala as amostras suspeitas da Covid-19.

Os equipamentos foram instalados por Bio-Manguinhos no campus da Fiocruz do RJ, no Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e no grupo Dasa, em SP, por meio de um acordo feito com o Ministério da Saúde.

Com exceção de SP, a operacionalização dos equipamentos é gerenciada pela Fiocruz, que atua desde a instalação e treinamento de pessoal, até o fornecimento dos insumos necessários e assistência técnica.

O ministro Pazuello lamentou as mortes por Covid-19 no Brasil e destacou a necessidade de ampliar a capacidade de testagem no intuito de facilitar as decisões governamentais.

"Por isso, a capacidade de processamento logística vem sendo construída a muitas mãos, públicas e privadas, para que possamos entregar ao gestor a capacidade de desenvolver a melhor estratégia", acrescentou.

Saiba os detalhes do funcionamento do local 

Unidade será custeada pelo Ministério

O Ministério já destinou cerca de R$ 930 milhões nas diversas ações da Fiocruz na implementação de unidades de apoio ao diagnóstico da Covid-19. O projeto das unidades do Rio de Janeiro e do Ceará inaugurou também uma nova fase nesse processo, marcada pelo apoio da iniciativa privada.

De acordo com a Fiocruz, o Ministério da Saúde custeará a operacionalização das duas unidades, incluindo, entre outros aspectos, a contratação de recursos humanos e a aquisição dos insumos necessários.

Cerca de 200 profissionais, entre biologistas e técnicos de laboratório capacitados, se revezarão em três turnos de trabalho para processar as amostras que são encaminhadas pela pasta federal.

A obra da unidade de testagem no Ceará foi financiada pela ElopPar (controlada por Bradesco e Banco do Brasil e acionista majoritária de Alelo, Livelo, Veloe e Digio, além da Bandeira Elo) e UnitedHealth Group Brasil (UHG Brasil)