Uso de cloroquina pode causar arritmia e infarto, explica Mandetta

O ministro explicou que o uso da cloroquina para tratamento da Covid-19 fora de hospitais não é recomendado

19:06 | Abr. 15, 2020

Refutada por estudos recentes, a cloroquina tem sido defendida por Trump e Bolsonaro, apesar da falta de evidências científicas que comprovem eficiência no tratamento de coronavírus (foto: REPRODUÇÃO)

Embora a aplicação de cloroquina não seja proibida, seu uso fora de hospitais para o tratamento de Covid-19, causada pelo novo coronavírus, não é recomendação do Ministério da Saúde devido ao risco de arritmia e infarto. A informação foi repassada pelo titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, 15.

Conforme Mandetta, o Ministério está custeando estudos a respeito do uso do medicamento no tratamento à doença, mas que o uso não deve ser feito fora do ambiente hospitalar já que o paciente corre riscos de sofrer efeitos colaterais sem acompanhamento médico. "Os (pacientes) que estão internados devem ficar com monitor. Se têm arritmia, suspende (a medicação), mas ele está internado ali. É controlado".

A recomendação dos conselhos de medicina em relação ao receituário da cloroquina é que os médicos sejam transparentes em relação aos riscos. "Ou se baseia na ciência ou fica no 'eu acho', 'na minha experiência', 'eu tenho visto muitos casos', 'a impressão que eu tenho'... Em ciência, essa é a pior evidência", disse Mandetta.

O uso da cloroquina tem sido defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que afirmou ter ouvido "médicos, pesquisadores e chefes de Estado de outros países" sobre a eficácia do medicamento. Nesta terça-feira, 14, o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro afirmou que o secretário de Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, curou-se da Covid-19 com o uso da cloroquina, embora a informação não tenha sido confirmada pelo secretário.