Curva de transmissão do coronavírus só deve apresentar "queda profunda" em setembro, diz ministro da saúde

Segundo Luiz Henrique Mandetta, a taxa de infecção pela covid-19 deve ter subida rápida nos meses de abril, mais e junho, quando inicia a desacelerar

18:33 | Mar. 20, 2020

MINISTRO Luiz Henrique Mandetta foi tratado como trouxa (foto: Sergio LIMA / AFP)

A curva de transmissão do novo coronavírus no Brasil só deve apresentar "queda profunda" em setembro, de acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A informação foi dada durante uma videoconferência do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) com empresários, nesta sexta-feira, 20.

Ainda segundo o ministro, São Paulo, primeiro e maior foco de infecção no País, está "fazendo o início do seu redemoinho (de transmissão)" e que essa curva vai pegar velocidade exatamente nas próximas semanas. "A gente deve entrar em abril e iniciar a subida rápida, isso vai durar os meses de abril, maio, junho, quando ela vai começar a ter uma tendência de desaceleração. O mês de julho deve começar o platô (estabilização). Em agosto, o platô vai começar a mostrar tendência de queda e aí a queda em setembro é profunda, tal qual a de março na China", explica. A nação asiática zerou as transmissões locais na última quinta-feira.

Com o atual cenário, reforça Mandetta, o sistema brasileiro de saúde entraria em colapso em abril e, por isso, destaca a importância de "segurar a movimentação de pessoas". Nesta linha, o governador do Ceará Camilo Santana (PT) decretou o fechamento de estabelecimentos como bares, restaurantes, shoppings e barracas de praia.

O discurso do ministro endossa a fala do secretário da Saúde do Estado, Dr. Cabeto, que confirmou a fase de transmissão comunitária no Ceará e destacou que o objetivo agora é "baixar a curva e reduzir o número de contágios por dia".