7ª edição da mostra "Mova-se" discute a relação entre o corpo e a cidade
08:33 | Set. 26, 2018

O entorno nos provoca de todos os ângulos - "Mova-se!". De pouco em pouco, tornamo-nos parte do espaço, da natureza, do universo. Na cidade, a experiência do espaço-tempo é atravessada pela dança dos corpos, com todo o encantamento e êxtase que lhe são próprios.
Em sua sétima edição, a Mostra Mova-se estende seu olhar para as artes corporais que ocupam espaços urbanos pouco usuais. Nos espaços do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, a mostra desvela as diversas vivências subjetivas de uma arte que pulsa nas esquinas, nos asfaltos e nas praças.
Ao traçar novos caminhos para a dança no espaço urbano, a Mostra é "o estreitamento de laço, o diálogo com o entorno e, acima de tudo, uma provocação às artes contemporâneas", como descreve Cláudia Pires. Coordenadora do Curso Técnico em Dança (CTD) do Porto Iracema das Artes desde 2017, ela traduz a experiência do lugar como impulso de criação para as performances dos alunos. "O "Mova-se" é um exercício de criação coletiva, cria vínculos e encara a cidade enquanto berço da arte".
Para Cláudia, a Mostra celebra o encontro de diferentes expressões: urbanas, contemporâneas, performáticas e outros tantos ritmos clássicos. "Nossa intenção é compreender a rua como extensão da subjetividade. Por isso, nesse vai e vem de experiências, os alunos conhecem muito de si e dos outros", considera. "Mova-se" é fruto da disciplina "Composição e Improvisação", ministrada pelo professor Paulo Caldas.
Como uma intervenção que transpõe os muros da "caixa cênica" palco-plateia, a Mostra tem seu início no espelho d'água do Dragão do Mar e, em seguida, ocupa os muitos espaços do equipamento cultural. Em 12 diferentes apresentações (algumas simultâneas), os alunos dão forma e ritmo para criações de livre interação com os transeuntes. "Derrubamos a ideia de que a arte está longe de nós. Aproximar-se das pessoas nos modifica muito enquanto artistas", pondera Rafael Abreu, aluno do segundo semestre do Curso.
"Descobri aqui que eu sou a dança. É ela esse canal de movimento, que me faz conhecer outros lugares, que me dá novas possibilidades de enxergar o mundo sensível", relata Aline Monteiro, aluna do segundo semestre do CTD. Criado em 2005, o curso explora saberes práticos e teóricos, possibilitando diversas experimentações artísticas, culturais e sociais. "Arte e dança já me interessavam muito, mas sempre estive no lugar da bailarina que ensaia, que reproduz coreografia. Aqui, o contato com professores e artistas tem feito crescer meu potencial criador", considera.
Aline interpreta Sina, uma das doze produções da mostra. "Nossa produção arremata toda essa energia que sai do corpo e que influencia o espaço, tornando-se movimento, respiração, comunicação, som e dinâmica em corporeidades que se misturam", explica. Bailarina clássica há mais de 10 anos, ela experimenta no Porto a convivência com o jazz, com a dança de rua e com os ritmos africanos. "A construção coletiva dá muito trabalho, mas oferece inúmeras possibilidades de criação. Sem dúvidas, essa multiplicidade nos enriquece muito", finaliza.
7ª Edição da Mostra MOVA-SE
Quando: Dias 26 e 27 de setembro, das 19h30 às 21h
Onde: Espaços do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (R. Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema)
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