Star Wars Outlaws: Levando uma galáxia muito distante pra onde quiser

Versão para Nintendo Switch 2 de "Star Wars Outlaws" equilibra gráficos competentes, boa jogabilidade furtiva e gameplay divertido

16:44 | Set. 08, 2025

Por: Davi Rocha
Star Wars Outlaws chega ao Nintendo Switch 2 com muitos acertos (foto: Divulgação)

“Star Wars Outlaws” chega ao Nintendo Switch 2 com a promessa de ser um dos primeiros grandes jogos de mundo aberto no novíssimo console da Nintendo. A experiência de controlar Kay Vess, uma espécie de anti-heroína no estilo Han Solo, é marcada por um misto de simplicidade e pequenos tropeços. O controle responde bem na maioria das situações, com destaque para a movimentação em stealth, que lembra jogos como “Splinter Cell” ou “Assassin’s Creed”. O uso de Nix, seu companheiro alienígena, abre possibilidades criativas: distrair guardas, buscar itens à distância ou até atacar inimigos. O ponto menos refinado está nas seções de pilotagem da speeder, que pode parecer sensível demais e causar curvas bruscas inesperadas. Ajustar a sensibilidade no menu e utilizar os controles de movimento ajudam bastante a suavizar a experiência.

A história de Kay Vess segue a fórmula do “bom bandido”: uma jovem ladra em busca de escapar do submundo, montar sua equipe e realizar um grande golpe. A narrativa lembra “Uncharted” em sua estrutura de ação cinematográfica, mas também bebe da simplicidade de títulos como “Jedi Outcast”. O enredo evita exageros, mas poderia explorar melhor o passado da protagonista. Os personagens secundários, como Nix e ND-5, conquistam facilmente, embora outros tenham desenvolvimento superficial.

Os gráficos talvez sejam o aspecto que mais divide opiniões. O primeiro impacto é positivo, especialmente em modo portátil, com cenários amplos e detalhados que mantêm a imersão mesmo em um console híbrido. Explorar Toshara, Akiva ou a clássica Tatooine rende belas paisagens. No entanto, jogando em uma televisão maior, as limitações ficam evidentes: texturas borradas, reflexos simplificados e certa distorção de imagem em torno da protagonista durante as corridas de speeder. Não chega a comprometer a diversão, mas em comparação com outras versões de consoles, fica claro que o Switch 2 exige concessões visuais. Ainda assim, o desempenho impressiona, com 30 quadros por segundo bastante estáveis, mesmo em áreas abertas e movimentadas.

O som, por sua vez, surpreende pela fidelidade. Os blasters têm o timbre clássico que os fãs de “Star Wars” reconhecem de imediato, as naves rugem com peso convincente e os ambientes são preenchidos por vozes, música e efeitos que sustentam a atmosfera da galáxia. Essa consistência sonora aumenta a credibilidade do mundo e ajuda a compensar as imperfeições gráficas. O único ponto que destoa são alguns problemas ocasionais de sincronização labial, que podem quebrar a imersão em cutscenes.

O conteúdo rende entre 30 e 40 horas de campanha, com mais tempo caso o jogador se dedique a missões paralelas e explore reputações com facções. A rejogabilidade está ligada às escolhas com sindicatos criminosos, o que pode gerar caminhos diferentes. O que mais agrada é o equilíbrio entre exploração, tiroteios e furtividade. O que menos empolga é a limitação da IA inimiga e a repetição de alguns tipos de missão.

“Star Wars Outlaws” no Switch 2 é um marco pro novo console da Nintendo e demonstra que há muito espaço para experiências AAA nesse formato portátil, com acertos claros e falhas que não escondem o potencial de diversão desse título.

Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico