Wildgate: Batalhas espaciais emocionantes e alguns pepinos irritantes
Wildgate encanta com visuais vibrantes e jogabilidade criativa, mas sofre com pouco conteúdo, inimigos repetitivos e balanceamento que ainda precisa de ajustes
19:08 | Set. 01, 2025
"Wildgate" é uma aposta ousada da Moonshot Games, estúdio formado por ex-funcionários da Blizzard, que mistura tiro em primeira pessoa, batalhas espaciais e elementos de exploração cooperativa. As partidas colocam cinco naves, cada uma com quatro tripulantes de habilidades únicas, para competir em um espaço repleto de perigos. O objetivo é garantir recursos, aprimorar a própria nave e disputar um artefato misterioso que assegura a vitória imediata se for extraído pelo portal — conhecido como "Wildgate". A sensação inicial ao entrar nesse universo é a de estar diante de algo realmente criativo, com potencial para gerar histórias únicas a cada partida.
A ausência de uma narrativa robusta é compensada pelo carisma dos personagens jogáveis, os Prospectors. Cada um tem traços e habilidades marcantes, como o alien musculoso capaz de danificar naves com as próprias mãos ou a engenheira aquática que transforma itens inúteis em recursos valiosos. Esse elenco variado lembra heróis de "Overwatch", mas em menor quantidade, já que atualmente há apenas sete disponíveis no game.
O controle do jogo exige atenção constante. É preciso alternar entre pilotar, gerenciar recursos, combater inimigos e reparar danos, tudo em ritmo acelerado. Não é difícil entender os comandos básicos, mas a quantidade de tarefas simultâneas pode ser intimidante para novatos. Jogar com teclado e mouse oferece maior precisão no combate e agilidade ao acessar funções da nave, enquanto o controle tradicional pode ser mais confortável para longas sessões, mas exige prática para alternar rapidamente entre papéis.
Visualmente, "Wildgate" aposta em um estilo cartunesco com cores intensas, nebulosas vibrantes e cenários espaciais cheios de personalidade. A clareza visual ajuda a identificar inimigos, objetos de interesse e perigos ambientais, sem poluir a tela. A direção de arte lembra produções como "Sea of Thieves" e alguns jogos da Blizzard, criando um espaço sideral ao mesmo tempo imersivo e acolhedor.
O som é eficiente na imersão. O ronco dos motores, o impacto dos projéteis contra o casco e o alerta sonoro de sistemas críticos transmitem urgência. Os efeitos são claros, e é fácil distinguir um disparo inimigo de um aliado, o que ajuda nas decisões rápidas. Embora a trilha sonora seja discreta, ela cumpre o papel de sustentar a tensão e não se torna cansativa.
A rejogabilidade está no formato imprevisível das partidas, que podem durar mais de 40 minutos e mudar de rumo rapidamente. Porém, a variedade de inimigos e missões ainda é limitada, e certos desequilíbrios entre personagens e equipamentos reduzem o frescor a longo prazo. "Wildgate" é divertido, viciante e promissor, mas depende de atualizações regulares para alcançar todo o seu potencial.
Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico