Siege X é renovação bem-vinda para a franquia Rainbow Six

Game competitivo atualiza gráficos e som com maestria, introduz novidades sem perder a essência tática que consagrou a série

15:26 | Jul. 15, 2025

Por: Davi Rocha
Rainbow Six Siege X marca os dez anos do jogo de tiro tático da Ubisoft (foto: Divulgação)

“Rainbow Six Siege X” marca os dez anos do consagrado jogo de tiro tático da Ubisoft com uma mistura ousada entre inovação e nostalgia. A base continua sendo o famoso embate entre times de ataque e defesa em ambientes fechados e objetivos estratégicos, mas agora há uma camada nova com o modo Dual Front, que introduz partidas 6v6 com respawns e mapas maiores, apostando em dinâmicas mais aceleradas e caóticas.

No universo de “Siege”, os personagens e a trama continuam em segundo plano, como sempre. A principal atenção está no gameplay, mas agora há um esforço para enriquecer o contexto através de eventos narrativos no modo dual front. Com mais de 70 operadores, cada um com habilidades próprias, o jogo traz à mente o estilo tático de Counter-Strike, misturado com uma pitada do gênero “hero-shooter”, famoso graças a títulos como “Overwatch”.

No controle, a experiência permanece desafiadora, mas um pouco mais acessível para iniciantes. O ritmo do jogo continua cadenciado, com movimentos pesados e passos que soam como tambores em meio a uma guerra — qualquer erro pode revelar sua posição para o inimigo. A nova roda de comunicação facilita a vida de quem não usa microfone, e comandos de movimentação, como o rapel mais suave, aumentam a imersão. Ainda assim, jogadores experientes podem estranhar o tempo de resposta em mapas abertos e se frustrar com mortes repentinas em áreas de transição mal protegidas.

Os gráficos passaram por uma repaginada notável. Mapas clássicos como Bank e Chalet ganharam novas texturas e iluminação mais dramática, com interiores mais escuros e externos que equilibram luz sem ofuscar. O uso de sombras dos operadores adiciona tensão aos ambientes fechados, e novos elementos como chamas de canos rompidos e fumaça de extintores servem tanto ao espetáculo visual quanto à jogabilidade. No entanto, o contorno colorido em inimigos pode exagerar na visibilidade, comprometendo um pouco o realismo para facilitar a leitura da tela.

O som foi refeito quase do zero e agora é um dos pilares mais impressionantes do game. Em jogos multiplayer táticos, o som é essencial para detectar movimentos inimigos e tomar decisões rápidas, podendo definir o resultado das partidas. A direção do áudio é precisa e a propagação mais fiel permite saber, com clareza, se um inimigo está acima, abaixo ou atrás da parede. Isso aumenta muito a tensão e recompensa jogadores atentos. Ainda há falhas, como mudanças bruscas no volume ao manter o inimigo à vista, mas no geral o novo sistema contribui para uma experiência mais densa e estratégica.

“Siege X” oferece uma ampla variedade de conteúdos, modos de jogo e melhorias visuais, sonoras e na interface, preservando a experiência intensa e desafiadora. No entanto, enfrenta o desafio de equilibrar a modernização com a manutenção de sua identidade — especialmente em modos como o dual front, que pode desagradar os fãs antigos. Ainda assim, continua sendo um shooter tático robusto, perfeito para quem valoriza inteligência e dedicação, apesar das tentativas de cativar diferentes públicos.

Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico