Nova versão de 'Days Gone' melhora técnica, mas mantém problemas de ritmo
Versão remasterizada de "Days Gone" melhora gráficos, controles e rejogabilidade, mas mantém ritmo narrativo irregular e IA limitada
16:26 | Mai. 06, 2025
Lançado originalmente em 2019, “Days Gone” retorna em versão remasterizada para o PlayStation 5 com melhorias técnicas, novos modos de jogo e suporte aprimorado ao controle DualSense. O que antes era uma experiência promissora, mas irregular, agora surge com mais polimento e opções que tornam o jogo mais acessível e interessante tanto para veteranos quanto para novos jogadores.
A história segue intacta. A jornada do protagonista, Deacon St. John, em busca da esposa desaparecida continua longa e com problemas de ritmo, principalmente na primeira metade, mas entrega momentos emocionantes. Personagens secundários ainda variam em qualidade, mas o universo construído é rico e lembra jogos como “The Last of Us” ou “Red Dead Redemption 2”, com foco em sobrevivência, narrativa e mundo aberto.
Controlar Deacon nesta nova versão é consideravelmente mais confortável. O uso do controle DualSense traz uma camada extra de imersão: a resposta tátil varia conforme o terreno em que a moto trafega, e os gatilhos adaptativos oferecem resistência ao disparar armas ou acelerar. A diferença é notável em relação à versão do PS4. A adição de um menu de acessibilidade também facilita para jogadores que precisam de mais tempo de reação ou preferem ajustar o ritmo da ação. Reduzir a velocidade geral do jogo em seções mais tensas, como os combates contra hordas, faz uma grande diferença na jogabilidade. No entanto, pequenos bugs em modos extras, como caixas de suprimentos que não abrem no modo Horda, ainda ocorrem ocasionalmente.
Visualmente, o jogo mostra evolução, mas não é uma reinvenção completa. A resolução 4K com melhores texturas e iluminação mais realista contribui para uma ambientação mais densa, especialmente à noite, quando o mundo se torna mais escuro e ameaçador. A distância de renderização aumentada e as melhorias nas sombras são bem-vindas, mas o salto gráfico não impressiona tanto quanto em outras remasterizações recentes. A performance a 60 quadros por segundo, no entanto, garante fluidez e faz o combate parecer mais responsivo e moderno.
A parte sonora é outro ponto de destaque. Com suporte ao áudio 3D, os ruídos da floresta, os grunhidos dos infectados e o ronco da moto entregam uma atmosfera envolvente. A trilha sonora permanece fiel à original, mas soa mais limpa e encorpada nesta versão, ajudando a construir tensão nos momentos certos. Não há exagero ou sobreposição de sons, o que torna a imersão ainda mais eficaz.
O conteúdo adicional amplia a rejogabilidade de maneira significativa. Modos como Corrida Contra o Tempo, Morte Permanente e especialmente o novíssimo Assalto de Horda, que introduz hordas cada vez maiores, injetam novo fôlego ao gameplay. A possibilidade de desbloquear melhorias, personagens e modificadores torna esse modo viciante. A campanha principal pode levar entre 30 a 50 horas, com os modos extras adicionando ainda mais longevidade para quem gosta de desafios constantes.
O que mais agrada nesta remasterização é o conjunto de melhorias práticas que tornam a experiência mais agradável, mesmo sem reformulações radicais. O que menos convence é a sensação de que alguns aspectos — como a inteligência artificial de inimigos humanos — poderiam ter sido retrabalhados com mais profundidade.
Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico