Ícone da bossa nova e do Cinema Novo, músico Sérgio Ricardo morre, aos 88 anos, no Rio

O músico estava internado no Hospital Samaritano, zona sul da cidade. A causa da morte ainda não foi revelada

14:37 | Jul. 23, 2020

A causa da morte de Sergio Ricardo ainda não foi divulgada (foto: Divulgação/Site de Sergio Ricardo)

O cantor e compositor Sérgio Ricardo morreu, aos 88 anos, na manhã desta quinta-feira, 23. O músico estava internado no Hospital Samaritano, na zona sul do Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi revelada. Sérgio foi um nome forte da geração Bossa Nova e do Cinema Novo, participou do Canção de Protesto, além de festivais de música. As informações são do G1.

Foi ele quem compôs músicas para as trilhas sonoras de "Deus e o diabo na terra do Sol" e "Terra em transe", grandes símbolos do Cinema Novo, dirigidos por Glauber Rocha.

Com nome artístico de João Lutfi, o cantor, além dos trabalhos na música, também atuou e dirigiu filmes. Em participações em festivais, uma das mais marcantes foi no Terceiro Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record de São Paulo, em 1967, quando quebrou seu violão e jogou na plateia após ser vaiado pelo público, em uma cena que entrou pra história da década e é mostrada no documentário "Uma noite em 67" (2010).

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Sérgio Ricardo nasceu em Marília, no interior de São Paulo, em 1932. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1959, onde iniciou a carreira profissional como pianista em casas noturnas. Nessa época conheceu Tom Jobim e, pouco depois, começou a compor e cantar. Em 1960, gravou o LP "A bossa romântica de Sérgio Ricardo", lançado, com destaque para a canção "Pernas". Fez sucesso também com músicas como “Zelão”, “Beto bom de bola” e “Ponto de partida”.

Participou do histórico Festival de Bossa Nova, no Carnegie Hall de Nova York (EUA), em 1962, ao lado de Carlos Lyra, Tom Jobim, Roberto Menescal, João Gilberto e Sergio Mendes, entre outros.

Na década de 1950, havia feito testes para trabalhos de atuação e foi contratado pela TV Tupi, onde participou de novelas e programas musicais. Anos mais tarde, dirigiu e atuou em filmes como “Esse mundo é meu” (1964), “Juliana do amor perdido” (1970) e “A noite do espantalho” (1974).