Valor das histórias e importância da oralidade são temas na Bienal do Livro do Ceará

Na manhã desta segunda-feira, 19, os escritores Daniel Munduruku, Cristino Wapichana e Marco Haurélio permearam assuntos entre ancestralidade e registrar

20:10 | Ago. 19, 2019

Da esquerda para a direita: Regina Machado, Cristino Wapichana, Marco Haurélio e Daniel Munduruku (foto: Natália Coelho/Especial para O POVO )

A contação de histórias, a importância de registrá-las e a valorização da oralidade foram temas que marcaram a manhã desta segunda-feira, 19, na Bienal Internacional do Livro do Ceará, que ocorre no Centro de Eventos do Ceará. Os escritores e, primeiramente, contadores de histórias Daniel Munduruku, Cristino Wapichana e Marco Haurélio ressaltaram no quarto dia do evento a necessidade de manter viva tradições e histórias brasileiras, principalmente dos povos indígenas.

Sob o título “Uma abordagem da literatura oral brasileira”, a palestra contou com a presença de diversos estudantes de colégios públicos da Capital. Os participantes foram mediados pela escritora Regina Machado, que, de forma lúdica, os apresentou.

“Eu observava muito as coisas e fui percebendo que poderia contá-las e, logo após, que poderia registrá-las com a escrita. E dependendo do que eu queria contar, fui criando situações para mostrar para as pessoas como o nosso povo vive, porque infelizmente o Brasil não conhece seus povos indígenas”, ressalta Munduruku, que escreve sobre tradições, mitos, lendas e costumes indígenas em seus textos como forma de registro e difusão sobre sua cultura, o do povo Munduruku.

Da mesma forma, Cristino Wapichana contou histórias sobre a origem da humanidade em diferentes culturas para registrar as visões de mundo que variam a partir da cultura de um povo. Ele ressalta que essas diferentes histórias compõem arte. “A arte que move o mundo. Acho que não temos controle sobre a arte. A arte tem que ser o que ela é porque ela é um espírito, assim como as histórias. Quando elas querem se materializar, elas encontram alguém que as media".

Marco Haurélio, por sua vez, falou sobre valores ancestrais passados de pais para filho e de avô para neto, contando simpatias que aprendera para curar doenças e histórias de heróis.

O escritor Daniel Munduruku participa da Bienal mais uma vez nesta terça-feira, 20, quando falará juntamente ao jornalista do O POVO, Demitri Túlio, sobre “Violência e Vertigem”. A palestra ocorre às 20 horas, na sala “O Terreiro em Sonho”, no piso térreo da Bienal.

 

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