Covid-19: xarope expectorante reduz sintomas da doença, comprova estudo

Combinação de duas moléculas encontradas em xaropes expectorantes comuns pode ser um recurso importante para o tratamento eficaz da covid-19; entenda

10:26 | Fev. 24, 2024

UFC comprova eficácia de substâncias no xarope para redução de sintomas da Covid-19 (foto: cottonbro studio/Pexels)

Um estudo de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) comprovou uma redução de sintomas para pacientes com covid-19 leve ou moderada associada a duas moléculas presentes em xaropes expectorantes.

A pesquisa, em parceria com outras universidades, foi publicada na revista Translational Medicine: Open Acess. Os pesquisadores destacam a presença da bromexina e a N-acetilcisteína e o seu potencial de tratamento contra a infecção. Ambas são princípios ativos em medicamentos que auxiliam na expectoração.

Entre os achados, o tratamento que utilizava a junção da bromexina e da N-acetilcisteína (NAC) viu a redução da febre em comparação aos pacientes com uso exclusivo do NAC ou do placebo. Outra comparação com o grupo placebo viu uma redução aproximada de 39% dos sintomas de covid-19.

O trabalho também foi assinado por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP-RP) e da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP).

Eficácia de substâncias de xarope na Covid-19

“Esses medicamentos já são amplamente utilizados em crianças e idosos, mostrando o amplo benefício potencial no tratamento da covid-19 nessas populações, considerando o risco de desenvolvimento grave”, destaca o trabalho.

Os pesquisadores indicam que, sem um benefício isolado da N-acetilcisteína, o efeito benéfico na melhora clínica observada foi mais associado ao uso da bromexina.

“Para a infectologia, reduzir a febre é o sinal mais forte para dizer que o paciente está melhorando de uma infecção”, revela o professor Aldo Ângelo Moreira Lima, coordenador da parte clínica do estudo, em declaração feita à própria universidade.

A descoberta abre novas possibilidades para um tratamento de baixo custo contra a doença, nas suas formas leve e moderada.