Ceratocone: entenda o que é a doença que afeta a visão quais os tratamentos

Pessoas com alergia ocular, rinite e sinusite têm maior risco de desenvolver a doença, pelo ato de coçar os olhos

12:32 | Jun. 08, 2022

Junho Violeta, campanha criada para prevenção do ceratocone, lembra importância de consultas regulares com oftalmologista (foto: Garna Zarina/Shutterstock/Reprodução)

Junho é o mês que marca a campanha destinada ao combate ao ceratocone. A doença genética gera afinamento da córnea e aumenta a curvatura dela de maneira progressiva. Apesar da condição se desenvolver, em geral, no início da adolescência, os sintomas leves ou até mesmo tardios fazem com que muitos não procurem por acompanhamento médico. Sem o tratamento adequado, a doença diminui a visão com o passar do tempo. Em casos mais graves, o paciente pode, inclusive, necessitar de um transplante de córnea para corrigir a visão.

A doença se desenvolve na região da córnea, o tecido transparente em forma de cúpula que cobre o olho. A ceratocone faz com que esse tecido afine e se projete para fora em forma de cone. Em geral, a alteração se inicia por volta dos 13 anos e pode se estabilizar, aproximadamente, aos 35.

Muitas pessoas, no entanto, antes mesmo de serem diagnosticadas com ceratocone, ou de perceberem a existência de um acometimento ocular, podem apresentar um grau avançado da doença. Em geral, é comum que os pacientes não procurem por atendimento logo no início da doença.

Para a médica oftalmologista e especialista em córnea e ceratocone, Débora Vasconcelos, a campanha Junho Violeta representa uma importante forma de conscientizar as pessoas sobre a doença. “É uma maneira de alertar a população sobre a necessidade de se criar o hábito das consultas anuais com o seu oftalmologista, mantendo a saúde ocular em dia e evitando a descoberta tardia de alguma patologia”, explica.

Principais sintomas do ceratocone

A velocidade de progressão varia em cada caso e a gravidade também. Pessoas com alergia ocular, rinite e sinusite têm o risco maior de desenvolver essa doença pelo ato de coçar muito os olhos. Também é comum que o ceratocone esteja presente em pessoas com Síndrome de Down ou que possuam alguma alteração ocular desde o nascimento.

O principal sintoma da doença é a visão ruim, mesmo com o uso de óculos. O diagnóstico é feito através de exames oftalmológicos. “O diagnóstico é suspeitado em um exame de rotina por meio da conferência do grau, medida da acuidade visual e ceratometria. Depois, alguns exames mais específicos são necessários para um melhor diagnóstico do tipo de ceratocone e para a decisão do tratamento a seguir”, afirma Débora Vasconcelos.

Tratamento da doença

A depender do estágio da doença, o uso de óculos é o suficiente para manter a acuidade visual (capacidade dos olhos em distinguir formas e o contornos). Contudo, em alguns casos mais avançados, é necessário o uso de lentes de contato rígidas, cirurgia com anéis intracorneanos ou até mesmo um transplante de córnea.

“O que mais nos conforta é que, se notarmos um aumento da curvatura da córnea a cada mês/ano, podemos intervir com um procedimento chamado Crosslinking e evitar que o caso se agrave, estacionando a doença. Daí a importância de se fazer consultas de rotina com o médico oftalmologista”, diz a médica oftalmologista Débora Vasconcelos.