PUBLICIDADE
Notícias

LSD completa 70 anos

19:41 | 07/05/2013
NULL
NULL

O controvertido alucinógeno LSD, criado pelo químico suíço Albert Hoffman, completa 70 anos  e finalmente começa a ser revisto como um importante terapêutico. A substância conhecida como LSD é a dietilamida do ácido lisérgico, um potente psicotrópico que ficou famoso em 1943 quando o mundo vivia a "bad trip" da Segunda Guerra Mundial.

Martin Witz, diretor do documentário “The substance”, de 2012, disse que Hoffman nunca imaginou que iria descobrir algo tão importante e ao mesmo tempo que se tornaria ilegal e proibido. Martin, que foi a última pessoa a entrevistar o recluso químico, contou que a intenção era fazer um filme equilibrado, sem condenações ou celebrações.

No documentário, que recentemente ganhou uma nova versão, são mostradas as primeiras experiências com a droga, nos anos 1950, logo descobertas pela CIA, que, em plena Guerra Fria, pensou em usá-la de forma controvertida, como uma espécie de “soro da verdade” em possíveis prisioneiros. O filme retrata também a década seguinte, em que a perda de controle do LSD pelos labortatórios fez com que ele fosse parar nas ruas, acolhido pelas pessaos que viviam um clima de liberdade.

O jornalista e filósofo Luiz Carlos Maciel, editor da primeira versão brasileira da revista “Rolling Stone", alega que é complicado imaginar como seria a contracultura sem o LSD, porque ele simplesmente estava presente, não há como dissociar uma coisa da outra. "Não há como negar que ela estava lá, inserida naquele momento libertário, de contestação, de confrontação com os valores estabelecidos", conclui.

Os poderes alucinógenos da substância foram interpretados de maneira positiva por Timothy Leary, um ex-professor de Harvard, e pelo escritor Ken Kesey (de “O estranho no ninho”). Enquanto eles viam na droga a possibilidade de “curar” o materialismo da sociedade americana, Hoffman criticava duramente o uso descontrolado e fora dos laboratórios.

O diretor Martin Witz afirma que Hoffman sabia que o LSD podia ter efeitos colaterais perigosos se tomado em doses grandes e contínuas. Assim, não demorou muito para a droga celebrada pelos Beatles, The Doors e Jimi Hendrix ser colocada na ilegalidade pelo governo de Richard Nixon, em 1969, com a proibição não apenas do consumo, mas também das pesquisas.

Agora, estudiosos afirmam que essa proibição foi um desastre, já que retardou durante muito tempo as pesquisas. Dartiu Xavier da Silveira, psiquiatra e professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que participou do Psychedelic Science, congresso sobre psicotrópicos realizado na Califórnia, fala que é possível entender melhor impacto do LSD no meio cultural, pois mesmo não tornando ninguém criativo, ela ajudava o homem na sua eterna busca pela transcendência.

 

A "viagem" sensitiva do  LSD foi bem recorrente nas músicas grandes astros da música:

 

  • “Lucy in the sky with diamonds” - Beatles
  • “Purple haze” - Jimi Hendrix
  • “Break on through” - The Doors
  • “Eight miles high”- Byrds
  • “White rabbit” - Jefferson Airplane

 

Descoberta
Albert Hoffman escreveu que ao ingerir uma substância que vinha estudando em seu laboratório na Basileia, teve que interromper seu trabalho e ir para a casa por se ver acometido por uma lerdeza, seguida por uma leve desorientação. "Ao me deitar, fechei os olhos e entrei numa espécie de sonho acordado, com a minha imaginação parecendo estar extremamente estimulada. Comecei a ver uma série de imagens extraordinárias, de diversas formas, num caledoscópio de cores. Depois de algumas horas, o efeito passou”.

 

Redação O POVO Online

TAGS