"Oposição no Ceará o que sabe fazer é fechar hospital", diz Elmano sobre Glêdson

Governador reclamou do que considera injustiças cometidas pelo prefeito de Juazeiro do Norte, associou-o a Bolsonaro e disse que, "porque ganhou a eleição, pode sentir que está com um rei na barriga"

14:59 | Dez. 05, 2025

Por: Samira Ribeiro
Elmano de Freitas em entrevista à rádio O POVO CBN e O POVO CBN Cariri (foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO)

Em entrevista às rádios O POVO CBN e O POVO CBN Cariri nesta sexta-feira, 5, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), fez críticas à administração do prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), e destacou divergências políticas e de gestão entre ambos. Segundo o governador, embora faça parte da dinâmica democrática lidar com aliados e opositores, algumas posturas do gestor juazeirense representam, na avaliação dele, "frases injustas".

Assista à declaração:

"O prefeito Glêdson, eu tenho evidentemente divergência com ele. Ele volta no Bolsonaro. Eu voto no Lula. Eu voto com o Camilo, ele vota nos adversários nossos."

Ele prosseguiu: "Às vezes, tem um discurso bastante sereno, tranquilo. Mas aqui e acolá gosta de fazer, penso eu, frases injustas."

Elmano afirmou que Glêdson, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, frequentemente omite esforços do Estado no atendimento à população juazeirense, citando que 73% dos moradores do Município são atendidos pelo Hospital Regional do Cariri, unidade mantida pelo governo estadual. O governador também criticou a decisão da Prefeitura de fechar o Hospital Estefânia Rocha Lima, classificando o ato como “um caso único no Ceará” e lamentando que a população tenha perdido um equipamento próprio de saúde.

“É o único prefeito do Ceará que fechou o hospital. Eu não conheço nenhum outro, acho que no Brasil talvez não tenha quem tenha fechado um hospital”, disse. Segundo ele, a medida sobrecarrega o Hospital Regional do Cariri, que se tornou a principal porta de entrada para atendimentos de média e alta complexidade na região.

Na sequência, o governador ampliou a crítica. "Parece que é uma coisa quase que da minha oposição. O (José) Sarto (PSDB, ex-prefeito de Fortaleza) fechou hospital do (bairro) Conjunto Ceará. O Glêdson fecha o hospital de Juazeiro".

Ele então provocou: "A oposição no Ceará, o que ela sabe fazer é fechar hospital. Nós fazemos é abrir hospital".

O governador também destacou obras e investimentos em andamento na região do Cariri, como o canal do Rio Granjeiro, no Crato, e a reforma do Memorial Padre Cícero, além da expansão da rede hospitalar no Centro-Sul. Elmano também comparou resultados de governos anteriores com as gestões do PT e de aliados, especialmente nas áreas de educação, saúde e atração de investimentos. Ele citou a ampliação das escolas de tempo integral, a construção de hospitais regionais e a instalação de polos industriais.

"Eu às vezes acho que a pessoa, porque ganhou a eleição, pode sentir que está com um rei na barriga. Eu prefiro manter a humildade", acrescentou sobre Glêdson.