Cármen Lúcia diz que PGR produziu "prova cabal" de trama liderada por Bolsonaro e indica condenação

Ministra é a terceira a votar na 1ª Turma do STF. Para a ministra, "a prova nos autos do desenvolvimento de uma empreitada criminosa dos réus que, como foi apurado, se utilizaram de modos operandi da denominada milícia digital para propagação de ataques ao Judiciário, de uma forma muito especial ao sistema eleitoral, às urnas eletrônicas e a urna tem um peso enorme quando se fala sobre urna. A urna hoje é efetivamente do povo brasileiro"

15:21 | Set. 11, 2025

Por: Thays Maria Salles
Cármen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), vota na segunda semana do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus. (foto: Ton Molina/STF)

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Procuradoria-geral da República (PGR) apresentou "prova cabal" sobre a trama golpista que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de integrar o núcleo crucial da tentativa de golpe.

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"A Procuradoria afirmou exatamente e acho, e já antecipo que, para mim, fez prova cabal de que o grupo liderado por Jair Messias Bolsonaro composto por figuras chaves do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022, minar o livre exercício dos demais poderes constitucionais, especialmente do poder judiciário", disse.

Para a ministra, "a prova nos autos do desenvolvimento de uma empreitada criminosa dos réus que, como foi apurado, se utilizaram de modos operandi da denominada milícia digital para propagação de ataques ao Judiciário, de uma forma muito especial ao sistema eleitoral, às urnas eletrônicas e a urna tem um peso enorme quando se fala sobre urna. A urna hoje é efetivamente do povo brasileiro".

"Não são atos soltos. Não é um que pensou isso e o outro também pensou. Até mesmo a forma de divulgar que a urna não era crível, que havia fraude nas urnas, o que nunca foi questionado antes", justificou Cármen, apontando que "a urna foi implementada, de 1996 para cá, sempre com o povo brasileiro atuando junto".

"Tudo que se inventa a respeito de algo é para plantar uma desconfiança, e mais adiante eu falarei, isso precisa de uma série de atos. Isto nunca é um ato. Um ato isoladamente tomado é fácil de ser considerado de menor importância. Quando se põe o encadeamento, é que se vê", completou.