Oposição derrota governo, Motta e Alcolumbre e elege presidente da CPMI do INSS
A sessão foi marcada por derrotas ao governo e aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB)
13:46 | Ago. 20, 2025
O Congresso finalizou na tarde desta quarta-feira, 20, a sessão de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A sessão foi marcada por derrotas ao governo e aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), impostas pela oposição.
A primeira derrota do dia foi a eleição do senador de oposição Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência. Ele derrotou Omar Aziz (PSD-AM), indicado de Alcolumbre e alinhado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Viana, que é de oposição, teve 17 votos, contra 14 do também senador Omar Aziz (PSD-AM), alinhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Omar Aziz era o nome indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para comandar o colegiado, considerado primordial por causa da potencial repercussão e exploração política dos trabalhos da comissão.
Aziz atribuiu a derrota ao fato de a senadora Tereza Cristina (PP-MS) ter encerrado a votação antes de todos terem registrado suas posições. Tereza afirmou que respeitou o regimento e que a maioria dos senadores já havia votado.
A oposição comemorou o resultado, a primeira derrota para o governo na CPMI. Em seguida, em outro revés para o Planalto, Viana escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) como relator. Gaspar é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi relator do pedido de suspensão da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Na ocasião, ele recomendou a suspensão da ação.
A escolha difere da indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia anunciado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) para o posto.
Gaspar também é um dos signatários de um requerimento para dar urgência ao projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro. A escolha difere da indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia anunciado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) para o posto.
"Foi algo não imaginado: uma união de todos da oposição que lutaram para que esse momento fosse possível e assertivo. A CPMI não pode começar com vícios e já estava iniciada viciada na fala do outrora presidente e relator que já vinham dando indícios de como conduziriam os trabalhos", afirmou Zé Trovão (PL-SC).
O colegiado é formado por 32 titulares, sendo 16 senadores e 16 deputados. Entre os integrantes estão os líderes de algumas das maiores bancadas, como os líderes no Senado do PT, Rogério Carvalho; do MDB, Eduardo Braga; do PP, Tereza Cristina, além de Aziz, que comanda o PSD - além nomes influentes, como Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-ministro Paulo Pimenta (PT-RS).
Internamente, parlamentares consideram que o reforço da composição reflete a preocupação com a repercussão e a exploração política dos trabalhos da comissão.