Coreia do Sul: decreto de lei marcial repercute negativamente nas redes sociais; veja reações
Especialistas e internautas expressaram indignação e revolta após a notícia repercutir mundialmente. O presidente Yoon Suk Yeol recuou na decisão e o Ministro a Defesa renunciou ao cargo“Coreia do Sul em ebulição”: comentou um internauta na rede X logo após o presidente Yoon Suk Yeol decretar lei marcial no País. Nos vídeos compartilhados em grande volume nas horas seguintes, pessoas do mundo inteiro puderam ver militares e civis em clima de confronto em frente ao Parlamento.
A turbulência ocorreu após o presidente anunciar, por meio de um pronunciamento surpresa na madrugada da terça-feira, 3, medidas consideradas radicais, restringindo, por exemplo, os direitos civis e substituindo a legislação vigente por leis militares. A reação da população foi imediata e protestos ocuparam as ruas da capital Seul.
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O único caminho do presidente da Coreia do Sul agora é a prisão
Vídeos de militares armados em confronto com civis viralizam
Vários perfis jornalísticos e de especialistas em política internacional compartilharam a notícia. Entre as publicações mais compartilhadas, imagens em que a repórter Gwi-ryeong confronta um soldado armado, o questionando se ele “não tem vergonha de marchar sobre civis enquanto estava armado”. O vídeo chegou a 3,1 milhões de visualizações e três mil compartilhamentos no X.
Reações negativas prevaleceram na comunidade internacional. No Brasil, internautas compararam a situação do país do leste asiático com a tentativa de golpe envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Usuários do X passaram a nomear o episódio de “autogolpe falho” e relembraram a baixa popularidade do presidente conservador que vive com um congresso majoritariamente opositor.
Assim, você que acha que a Coreia do Sul é “rica”, “de renda alta”, cuidado, a desigualdade é brutal e o povo vive na miséria e submetido a uma fortíssima exploração da força de trabalho, um regime desumano. O filme Parasita não nasceu por descuido, é um retrato.
— Humberto Matos (@H1SaiaDaMatrix) December 3, 2024
Usuários comentam “as desculpas se repetem” sobre a justificativa de Yoon Suk Yeol
Durante seu pronunciamento, o presidente sinalizou que a medida seria necessária para “limpar o país de elementos pró-Coreia do Norte”. A justificativa, no entanto, não foi suficiente para impedir uma revolta. O país nunca assinou um acordo de paz com sua vizinha Coreia do Norte, mas tem vivido anos de estabilidade, sem confronto direto.
Em tom humorístico, usuários comentaram já terem presenciado a instauração de leis antidemocráticas para lidar com ameaças “comunistas”, relembrando a onda de ditaduras militares vividas na América do Sul durante a segunda metade do século XX.
Trump perdeu a eleição em incentivou invadir o Congresso. Bolsonaro perdeu a eleição e planejou golpe democrático. Agora, o presidente conservador da Coreia do Sul decretou Lei Marcial para continuar no poder. Mas a esquerda que é antidemocrática, né?
— Pedro Ronchi (@PedroRonchi2) December 3, 2024
Elogios à reação popular
Diante da situação conturbada que as redes acompanharam durante a terça-feira, 3, apenas a reação popular recebeu comentários positivos dos internautas. A declaração do presidente, a votação do Parlamento para derrubar a decisão e os protestos ganharam as redes em menos de um dia. Usuários comentaram sobre a agilidade da reação popular: “Impediram um golpe na garra e na coragem”.
O historiador e autor do podcast Xadrez Verbal, Felipe Figueiredo, comentou durante O Assunto, podcast do g1, que a maioria da população do país entende a democracia como benéfica para o crescimento, atribuindo o sucesso dos setores industriais e culturais a boa relação democrática do país com o resto do mundo.