Esposa do indigenista Bruno Pereira mantém legado do ambientalista morto na Amazônia

A ambientalista já apresentou teses de doutorado e pós-doutorado sobre os rituais, o xamanismo e as transformações históricas do povo indígena do Vale do Javari

18:14 | Jun. 20, 2022

A antropóloga Beatriz de Almeida Matos, esposa do indigenista Bruno Pereira (foto: Reprodução)

A antropóloga Beatriz de Almeida Matos, esposa do indigenista Bruno Araújo Pereira, deverá continuar o legado do ambientalista na região da Amazônia. A professora é bastante conhecida na região, onde acumula trabalhos significativos em prol da proteção histórica e de representatividade dos povos indígenas. 

A educadora estudou na Faculdade de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) da Universidade Federal do Pará, com mestrado e doutorado em antropologia social pelo Museu Nacional (UFRJ). Em seu currículo, ela já publicou vários conteúdos acadêmicos com foco no estudo dos costumes, a linguagem e a proteção dos povos indígenas isolados na Amazônia brasileira.

A saga profissional de Beatriz está descrita na plataforma do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Informações do site mostram que a ambientalista apresenta teses de doutorado e pós-doutorado sobre os rituais, o xamanismo e as transformações históricas do povo indígena do Vale do Javari.  

A Terra Indígena do Vale do Javari é uma terra indígena localizada nos municípios de Atalaia do Norte e Guajará, no oeste do estado do Amazonas, no Brasil. Demarcada por decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso em 2 de maio de 2001, ela está localizada na fronteira com o Peru e a Colômbia e abriga 6.300 indígenas de 26 grupos diferentes, 19 deles isolados.

Na região, segundo informações do UOL, a antropóloga atualmente coordena projetos de documentação e salvaguarda do dialeto indígenas transfronteiriças e especialmente da cultura material korubo, ligados ao Museu do Índio. Os desafios que envolvem o território inclui ocupação ilegal de terrar devido ao avanço do tráfico de drogas, da caça clandestina, da extração ilegal de madeira e da mineração de ouro.