Auditores fiscais do Trabalho entregam cargos em protesto contra aumento exclusivo para policiais, diz sindicato

Servidores federais têm ameaçado paralisação geral e sindicatos também prometem manifestações para aumentar a pressão contra a decisão do presidente Jair Bolsonaro

15:19 | Jan. 06, 2022

Jair Bolsonaro (foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Auditores fiscais do Trabalho entregaram cerca de 160 cargos de chefia e coordenação nesta quinta-feira, 6, segundo informações do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait). A ação é mais um protesto de servidores federais contra a decisão do governo Bolsonaro de incluir no Orçamento de 2022 a previsão de reajuste salarial apenas para policiais.

O Sinait destacou que os cargos entregues representam cerca de 55% do total de postos de chefia na carreira dos auditores fiscais do Trabalho. O aumento para policiais tem provocado um efeito cascata entre servidores federais de outras categorias. Em dezembro do ano passado, centenas de servidores da Receita Federal e do Banco Central também entregaram os cargos em protesto contra o aumento para os agentes de segurança.

No Orçamento aprovado para este ano, está previsto que R$ 1,7 bilhão seja destinado para reajustes nas carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O Ministério da Economia disse que o aumento para essas categorias se deve a uma decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Servidores federais têm ameaçado paralisação geral desde então e que pode ser anunciada a qualquer momento. Sindicatos federais também prometem organizar manifestações para aumentar a pressão contra a decisão do presidente Bolsonaro.