Queiroga critica governadores e prefeitos contrários à prescrição médica para vacinação infantil

Ministro disse que a grande maioria dos gestores "não são médicos" e que eles estão "interferindo nas suas secretarias estaduais e municipais" da Saúde

12:18 | Dez. 29, 2021

O secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania do Ministério das Relações Exteriores, Paulino Franco, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante anúncio demedida de cooperação humanitária internacional no enfrentamento à covid-19. (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro Marcelo Queiroga (Saúde) afirmou, na manhã desta quarta-feira, 29, que governadores e prefeitos contrários à obrigatoriedade de prescrição médica para vacinar crianças contra a Covid-19, defendida por ele próprio e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), estão interferindo em suas respectivas secretarias estaduais e municipais da Saúde.

“Governadores e prefeitos falam em não ter prescrição e pelo, que eu sei, a grande maioria deles não são médicos. Então, eles estão interferindo nas suas secretarias estaduais e municipais de Saúde”, disse o ministro em entrevista a jornalistas no Ministério da Saúde. No caso de Fortaleza, o prefeito José Sarto (PDT), é médico. A Capital e o Estado do Ceará, assim como cidades do interior, não devem tornar obrigatória a prescrição médica para imunização infantil.

Queiroga, que é médico cardiologista, defendeu que estados e municípios se manifestem apenas por meio da consulta pública realizada pelo Ministério. O gestor defendeu que a consulta serve como uma ferramenta para tranquilizar os pais, no entanto a enquete gerou críticas de gestores e de especialistas em saúde pública que questionaram o que consideraram uma tentativa de fazer a discussão técnica tornar-se meramente opinativa.

O ministro demonstrou insatisfação ao ser questionado sobre os motivos pelo qual o gestor acredita ser necessário pedir prescrição médica para vacinar crianças, sendo que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacinação, com imunizante específico da Pfizer, de crianças entre 5 e 11 anos de idade no Brasil. Queiroga não respondeu e entrou no prédio do Ministério da Saúde. O momento foi ao ar na GloboNews.

Que triste fim de carreira para o ministro Queiroga. Seu último ato de desespero para fugir da cadeia será tentar se eleger ano que vem a fim de conseguir um cargo que lhe garanta foro privilegiado pic.twitter.com/xYu6qRM5p0

— George Marques (@GeorgMarques) December 29, 2021