Bolsonaro diz ter respondido consulta pública do Ministério da Saúde sobre vacinação infantil

Apesar da imunização de crianças ter sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o presidente vem defendendo que a imunização de crianças só ocorra mediante prescrição médica

14:27 | Dez. 24, 2021

Registro de tela do vídeo em que Bolsonaro conversa com apoiadores em Brasília (foto: Reprodução/Redes Sociais)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ter participado da consulta pública sobre a vacinação de crianças de cinco a 11 anos aberta pelo Ministério da Saúde nesta semana. Apesar da imunização ter sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o presidente vem defendendo que a imunização de crianças só ocorra mediante prescrição médica e com o consentimento dos pais.

"Eu tenho uma filha de 11 anos. (...) Acho que qualquer procedimento tem que passar pelas mãos do médico", declarou hoje o presidente. A imunização de crianças nessa faixa etária, com aplicação de uma vacina específica da Pfizer, foi aprovada no Brasil no último dia 16.

"Acabei de participar (da consulta)", disse Bolsonaro, alegando ter preenchido a pesquisa na condição de "cidadão". A enquete do Ministério da Saúde está sendo criticada por especialistas em saúde, que argumentam que o tema é científico e deve seguir critérios técnicos, e que a pasta teria transformado uma consulta pública numa enquete de opinião. Secretários estaduais da saúde têm se posicionado na direção contrária à do governo federal e não devem exigir documentos.

Parlamentares da oposição apresentaram notícia-crime, ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por suposto crime de prevaricação e incitação ao crime na esteira das divergências a respeito da vacinação infantil.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) questionaram a resistência do governo federal em incluir crianças no programa nacional de imunização, e acionaram o STF na última quarta-feira, 22.