No RJ, vereador diz em plenário que torturador que matou Marighella deveria ter "levado" Dilma também

Parlamentar usou a tribuna para homenagear um dos nomes mais conhecidos do período repressivo e ofender a ex-presidente Dilma Rousseff (PT)

16:50 | Nov. 19, 2021

Vereador de Resende (RJ) usa espaço de fala na Câmara dos Vereadores para homenagear delegado do Dops responsável pela captura de Carlos Marighella, um dos militantes mais conhecidos pela luta contra o regime militar. (foto: Reprodução)

No último dia 9 de novembro, na cidade de Resende, no Rio de Janeiro, um vereador utilizou o espaço no plenário da Câmara local para homenagear o delegado Sergio Paranhos Fleury, do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de São Paulo, um dos repressores mais conhecidos do período.

O parlamentar José Antônio Nogueira (Patriota) parabenizou Fleury por ter “executado” Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN) e retratado em filme recentemente lançado no país. O vereador classificou a execução como um “feito histórico” e ainda disse que o opressor deveria ter dado o mesmo destino a outros combatentes do regime, como a “terrorista Dilma”.

No momento da fala, Zé Antônio usa um boné com a inscrição “Bolsonaro 2022”.

O Partido dos Trabalhadores de Resende lançou uma nota de repúdio na ocasião e protocolou nesta quinta-feira, 18, uma notícia crime contra o parlamentar no Ministério Público. A agremiação ainda pediu à Câmara de Municipal a instauração de processo político administrativo contra o vereador.

Nas redes sociais, José Antônio argumenta que tem sido atacado pelo PT por exercer a liberdade de expressão.

Veja vídeo:

Além da perseguição a Marighella e acusação de diversos crimes, como a atuação em esquadrões da morte, são atribuídos a Fleury diversos outros episódios de sequestro, tortura e assassinato durante a ditadura militar, como o do militante Carlos Lamarca e do frade católico cearense Frei Tito.