Intimado pela PF, Olavo de Carvalho deixa o Brasil às pressas após receber alta hospitalar

A PF intimou Olavo no último dia 9 de novembro por meio de sua defesa, que informou aos investigadores que o filósofo ainda estava em tratamento de saúde

16:54 | Nov. 18, 2021

Olavo de Carvalho (foto: Reprodução/YouTube)

O filósofo e guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, deixou o Brasil após ser intimado pela Polícia Federal para prestar depoimento no inquérito das milícias digitais, que apura a existência de um suposto grupo dedicado a atacar as instituições democráticas. 

A PF intimou Olavo no último dia 9 de novembro por meio de sua defesa, que informou aos investigadores que o filósofo ainda estava em tratamento de saúde.

Dias depois da intimação, entretanto, o filósofo deixou o Brasil. O anúncio foi feito por ele próprio, em vídeo publicado nas redes sociais. "Vocês não sabem onde estou, mas eu sei. Estou em casa. A mesma casa de sempre, onde eu transmiti todas as minhas aulas", disse Olavo no vídeo intitulado "Ói nóis aqui traveiz".

Olavo veio ao Brasil em julho deste ano quando foi internado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo, e submetido a um cateterismo. Depois de receber alta, ele teve novas complicações e passou meses na clínica Saint Marie, na Zona Sul da capital paulista, de onde saiu na semana passada.

No registro, feito de sua casa nos EUA, ele contou ter retornado "de forma repentina". "Eu estava no hospital e me ofereceram um voo repentino para dali a 15 minutos. Eu não ia perder essa oportunidade", alegou.

No vídeo, Olavo diz que a "coisa foi tão rápida" que não foi possível se despedir dos médicos e enfermeiros do hospital em que estava internado. "O pessoal chama de saída à francesa", disse.

Na versão do guru bolsonarista, a saída do pais "não foi escondida de ninguém", mas, sim, porque disseram a ele que "ou embarca agora ou não vai ter outro voo".

Essa foi a segunda tentativa da PF em ouvir o filósofo. Em agosto, ele foi intimado e sua defesa também se valeu do argumento do tratamento médica para evitar o depoimento.