Filiação de Bolsonaro ao PL deve alavancar candidaturas no Sul, mas enfrenta resistência no Norte e no Nordeste

A expectativa é de que filiação do presidente ao partido ocorra em 22 de novembro, data que coincide com o número da sigla

16:41 | Nov. 09, 2021

Divergências com o Governo Federal costumam acarretar em retaliações dentro da Polícia Federal (foto: Alan Santos/PR)

A chegada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Partido Liberal (PL) encontra relutância no Amazonas, no Piauí e em Alagoas. Além disso, pode gerar atritos nos estados de São Paulo e Pará. As informações são do jornal Folha de S. Paulo

No caso do Amazonas, a filiação do presidente deve isolar o deputado federal Marcelo Ramos (PL), vice-presidente da Câmara dos Deputados e opositor de Bolsonaro no Congresso. No Estado, o partido é comandado pelo ex-senador Alfredo Nascimento, que tende a se alinhar a Bolsonaro e a buscar uma vaga na Câmara dos Deputados.

No Piauí, o deputado federal Fábio Abreu (PL) é aliado do governador Wellington Dias (PT) e deve manter a parceria com ele em 2022. O deputado afirmou que não conviverá com os aliados de Bolsonaro no mesmo partido.

Em Alagoas, o ex-deputado Maurício Quintella Lessa comanda a legenda. Ele é secretário na gestão do governador Renan Filho (MDB), que deve apoiar o ex-presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.

O partido é aliado do governador Helder Barbalho (MDB), do Pará, que concorrerá à reeleição em 2022. Ele tenta montar um palanque amplo, que inclua bolsonaristas e petistas, mas costuma ser duramente criticado pelos aliados do presidente.

São Paulo é base eleitoral do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente. Porém, no Estado, o PL faz parte da base do governador João Doria.

Na região Sul, a situação é diferente: a filiação de Bolsonaro tende a fortalecer pré-candidaturas a governos estaduais do partido. Em Santa Catarina, o senador Jorginho Mello será candidato ao governo pelo PL em uma chapa que pode incluir o empresário Luciano Hang ou o secretário nacional da Pesca, Jorge Seif Júnior, como potenciais candidatos ao Senado.

O PL negocia a filiação de Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho, que pretende ser candidato ao governo do Rio Grande do Sul. A chegada de Bolsonaro ao partido fortalece a candidatura de Onyx, mas pode criar atritos com Luiz Carlos Heinze (PP-RS), também pré-candidato ao governo gaúcho.