Deltan Dallagnol pede exoneração do MP e deve iniciar carreira política

Seguindo os passos do ex-juiz e pré-canditado à Presidência da República Sérgio Moro, o procurador deve se filiar ao Podemos

16:51 | Nov. 04, 2021

DELTAN DALLAGNOL, ex-procurador da República e ex-coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O procurador da República e ex-coordenador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, desligou-se do cargo no Ministério Público e deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados na eleição de 2022. A informação é da jornalista Eliane Cantanhêde para o Estadão.

Deltan anunciou a decisão de afastamento do órgão em publicação nas redes sociais na tarde desta quinta-feira, 4. "Após mais de 18 anos de trabalho em amor ao próximo, estou saindo do Ministério Público e queria contar a você o porquê. Minha vontade é fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção que está acontecendo", escreveu na legenda da publicação que leva a um vídeo.

No registro gravado, o procurador não entra em detalhes sobre uma eventual candidatura, mas afirma que agora pode "fazer mais pelo país fora do Ministério Público".

Após mais de 18 anos de trabalho em amor ao próximo, estou saindo do Ministério Público e queria contar a você o porquê. Minha vontade é fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção que está acontecendo: https://t.co/KToDsr79FO

— Deltan Dallagnol (@deltanmd) November 4, 2021

Deltan se tornou nacionalmente conhecido pelo trabalho à frente da maior operação de combate à corrupção na história do País. Em setembro do ano passado, todavia, ele foi afastado da coordenação da força-tarefa em Curitiba após ter tido mensagens com o então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, e outros procuradores divulgadas pela "Vaza Jato" - série de reportagens do jornal Intercep Brasil.

Seguindo os passos do ex-juiz e pré-candidato à Presidência da República Sérgio Moro, o procurador deve se filiar ao Podemos, de Álvaro Dias, para disputar um cargo no Legislativo no próximo ano. O interesse de entrar para a política de Deltan é antigo, no entanto, colegas da Lava Jato o desencorajavam, porque temiam o mesmo fim da Operação Mãos Limpas, na Itália, que perdeu a força após um dos seus principais coordenadores entrar para a política.