Filha de Bolsonaro vai estudar em colégio militar sem passar por processo seletivo

Vaga de Laura foi garantida pelo Exército depois de pedido feito pelo presidente

17:52 | Out. 28, 2021

Jair Bolsonaro posa para fotos ao lado da filha Laura, de 12 anos (foto: EVARISTO SA / AFP)

Laura Bolsonaro, 11, filha caçula do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), irá cursar o ensino fundamental no Colégio Militar de Brasília, em 2022, sem passar por nenhum processo seletivo tradicional ao modelo de ensino. A vaga dela foi garantida após decisão do comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em “caráter excepcional”, após pedido do próprio chefe do Executivo.

Em agosto deste ano, o mandatário solicitou ao comandante que autorizasse a admissão da filha no colégio militar sem que a menina precisasse passar por processos seletivos.

Na época, o pedido repercutiu na imprensa e Bolsonaro reclamou a apoiadores. “A minha (filha) deve ir o ano que vem para lá (Colégio Militar). A imprensa já está batendo em mim porque vai, não sei o quê. Tenho direito por lei, até por questão de segurança. Mas é o tempo todo isso aí”, disse o presidente na ocasião.

O regulamento do Colégio permite admissão de casos “excepcionais” quando a criança é dependente de militar transferido entre estados, designados para missão no exterior ou em outros casos específicos.

Aos demais, é necessário passar por um processo seletivo com exame intelectual, revisão médica, odontológica e apresentação de requisitos biográficos do candidato para tentar uma vaga na instituição.

Laura vai cursar o 6º ano do ensino fundamental. Na unidade escolhida por ela, há mais de mil inscritos para as 15 vagas disponibilizadas à seleção de 2022. A mensalidade da escola custa de R$250 a R$278.

O benefício concedido à filha de Michele e Bolsonaro também foi conferido ao filho da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Em 2020, o menino de 11 anos foi matriculado na escola sem passar por processo seletivo. Na época, a parlamentar e apoiadora do presidente admitiu privilégio, mas negou qualquer irregularidade na situação.

Zambelli alegou questões de segurança para o menino que, segundo ela, sofria ameaças desde 2016. A autorização também foi dada pelo então comandante do Exército, general Edson Leal Pujol.