Bolsonaro nos faz reconhecer que o governo Lula não foi tão ruim assim, diz vice-presidente do PSL

Deputado assumiu que votaria em Lula se tivesse que escolher entre o ex-presidente e Bolsonaro no segundo turno

16:15 | Out. 28, 2021

Deputado Federal Nicolino Bozzella Junior (PSL-SP). (foto: Agência Câmara)

O deputado federal Junior Bozzella, vice-presidente nacional do PSL, afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz perceber que os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foram “tão ruins assim”. O parlamentar ainda assumiu que se não houver outra opção, votaria no petista numa possível disputa com Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022.

“Nós precisamos ter um presidente da República equilibrado, não mais um débil mental”, disse Bozzella, em entrevista ao UOL News nesta quinta-feira, 28. “O Bolsonaro nos faz reconhecer a excelência de um Temer e que o governo Lula não foi tão ruim assim”, continua o vice-líder do PSL, partido pelo qual o atual presidente foi eleito em 2018.

Contudo, o parlamentar destacou que a ideia é fortalecer uma candidatura que possa servir de terceira opção ao Brasil no próximo ano, e que ele aposta no ex-juiz Sérgio Moro para esta função. Segundo Bozzella, o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro é quem atualmente reuniria as melhores condições para disputar a presidência com Lula e o atual mandatário.

Dessa forma, o voto em Lula seria a última opção de Bozzella, caso uma candidatura de terceira via não conseguisse furar a polarização entre Lula e Bolsonaro para chegar ao segundo turno.

“Eu quero aquele que seja mais próximo do processo democrático. Se, infelizmente, a gente falhar, não tivermos competência para levar o nosso candidato ao segundo turno, eu terei que fazer essa opção. E vou ter que ser um cara com discernimento e entender que o Bolsonaro destruiu a República e as instituições, atrasou o processo democrático, e fazer uma opção no menos pior.

Em autocrítica, o deputado afirmou ter sido vítima de estelionato eleitoral ao apoiar Bolsonaro na campanha de 2018.

"Não temos compromisso com erros. Bandido é bandido, seja ele de direita ou esquerda. A gente não tinha uma bola de cristal. Sabíamos do histórico dele. A minha impressão quando vi a ficha de filiação dele ao PSL foi horrível", disse o deputado.

O parlamentar ainda defendeu o impeachment do mandatário, mesmo avaliando que a ação seria inviável politicamente.

"Ele interditou os dois caminhos, com Augusto Aras, que parece até ter mudado de postura ultimamente, e Arthur Lira, eleito pelo Planalto", afirmou.