Queiroz comemora aniversário com mãe de miliciano Adriano Nóbrega
Fabrício Queiroz e Raimunda Veras Magalhães Nóbrega são alvo de denúncia do MP-RJ que completa um ano por suposto esquema criminoso no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na Alerj
18:20 | Out. 11, 2021
O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Fabrício Queiroz, ganhou uma festa surpresa de aniversário para comemorar seus 56 anos no último sábado, 9. Nas imagens do evento, entre cerca de 40 convidados, aparece Raimunda Veras Magalhães Nóbrega, a mãe do miliciano Adriano Nóbrega, ex-líder do Escritório do Crime, morto em fevereiro de 2020 na Bahia, em confronto com a polícia. A informação é da coluna de Juliana Dal Piva para o UOL.
Queiroz e Raimunda festejaram no último fim de semana em meio a denúncia paralisada há cerca de um ano. Os dois são alvos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que investiga um suposto esquema criminoso no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
A apuração do MP concluiu que Queiroz era um dos operadores do esquema de "rachadinhas" dentro do gabinete parlamentar, enquanto Raimunda foi apontada como integrante do esquema. Ambos foram acusados por crimes como peculato e organização criminosa. Queiroz também responde por lavagem de dinheiro. O documento foi entregue ao Órgão Especial do TJ-RJ no dia 19 de outubro de 2020.
Na denúncia, o MP apontou Flávio como responsável por um desvio de pelo menos R$ 6 milhões dos cofres públicos. Desse valor, mais de R$ 2 milhões passaram pela conta bancária de Queiroz e são oriundos de repasses feitos por outros ex-assessores do filho mais velho do presidente. Raimunda estava inclusive no rol de ex-funcionários que repassavam o salário. Além disso, ela foi apontada como funcionária fantasma.
O documento, todavia, ainda não foi analisado. Segundo informação da coluna do UOL, a expectativa é que o MP-RJ apresente um novo pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz, Flávio e outros investigados. A tendência é que a nova quebra também seja usada para formular uma nova denúncia, já que as informações financeiras foram essenciais para a investigação do caso, e a primeira decisão que autorizou a quebra foi anulada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em fevereiro deste ano por falta de fundamentação.
Depois da análise das quebras e outras provas, Queiroz foi preso na casa do advogado Frederick Wassef, em junho de 2020, na cidade de Atibaia (SP). Wassef ainda advoga para o presidente Jair Bolsonaro e era o titular do caso de Flávio, na ocasião.
Em seguida, o ex-assessor e a mulher, Márcia Aguiar, ficaram oito meses em prisão domiciliar. Queiroz ainda ficou um mês preso em Bangu. Já sua mulher passou um mês foragida, até que a defesa obteve um habeas corpus. Queiroz foi colocado em liberdade em março deste ano também por uma decisão da 5ª Turma do STJ.