Esposa de Arthur Lira ganha cargo em secretaria de governador bolsonarista

Angela Lira já foi apontada como funcionária fantasma na Assembleia de Alagoas quando o parlamentar era deputado estadual. Em julho deste ano, foi nomeada para exercer o novo cargo em Brasília.

12:41 | Set. 23, 2021

Esposa de Arthur Lira ganha cargo em secretaria de governador Bolsonarista (foto: Reprodução)

A esposa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ganhou cargo de secretária-adjunta da Representação Estadual no Distrito Federal do governo de Roraima, com salário líquido de R$ 14 mil. Angela Maria Gomes de Almeida Lira foi nomeada pelo governador Antônio Denarium (sem partido-RR), um dos aliados mais próximos a Bolsonaro.

A mulher de Lira já se envolveu em suspeitas de ser funcionária-fantasma na Assembleia de Alagoas, nos anos 2000. O depoimento de Angela consta em uma das ações de improbidade contra Lira relacionadas à Operação Taturana, em que ela afirmou que foi incluída pelo então deputado estadual na folha de pagamento do Legislativo, sem desempenhar verdadeiramente um trabalho. A ação de improbidade chegou a ser rejeitada em primeira instância em abril deste ano, mas ainda não houve decisão definitiva.

Na atual nomeação, Angela tem como superior Gerlane Baccarin, secretária responsável pela pasta da Representação Estadual e apoiadora de Bolsonaro. Baccarin é mulher do deputado federal Hiran Gonçalves (PP-RR), também bolsonarista e amigo de Lira. Já o governador Denarium, que deu o cargo à esposa de Lira, é um dos poucos governadores aliados ao presidente da República, tendo inclusive participado dos atos antidemocráticos de 7 de Setembro.

O jornal Folha de S. Paulo questionou o governo de Roraima sobre as qualificações da secretária-adjunta para o cargo. A resposta obtida pelo jornal afirma que Angela é uma "administradora experiente, já tendo passado por várias instituições como Banco do Nordeste e Assembleia Legislativa de Alagoas, além de ter excelente trânsito em Brasília". O Governo de Roraima reiterou que a nova nomeada “não tem nenhuma condenação em seu histórico de vida pública".

A Folha também procurou a assessoria de Lira desde a semana passada para comentar o assunto, mas não obteve resposta. O parlamentar comanda a Câmara com o apoio de Bolsonaro e, nos últimos meses, vem barrando a apreciação de mais de 130 pedidos de impeachment contra o mandatário. Apesar das cobranças, Lira não tem demonstrado intenção de dar seguimento aos processos.