Alexandre Frota protocola pedido de CPI para investigar facada em Bolsonaro

A publicação incomodou parlamentares bolsonaristas, entre eles o deputado federal Carlos Jordy (PSL)

17:35 | Set. 13, 2021

A PF tinha concluído que Adélio agiu sozinho e o caso foi arquivado, mas o caso foi reaberto em 2021 (foto: Raysa Leite/AFP)

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB) protocolou, na manhã desta segunda-feira (13), o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o episódio da facada no então presidenciável Jair Bolsonaro, em 2018, durante as eleições. 

“Estou, agora, na primeira hora, protocolando pedido de abertura da CPI da Facada. Estou convencido de que foi uma armação. Aproveitaram a doença que esse sujeito tinha na época e criaram essa narrativa do atentado. Ele foi de 8 segundos de TV para 24 horas de TV”, escreveu o parlamentar no Twitter. No Instagram, Frota disse: “Foi na facada que ele ganhou as eleições”.

Estou agora na primeira hora protocolando pedido de abertura da CPI da Facada . Estou convencido de que foi uma armação . Aproveitaram a doença que esse sujeito tinha na época e criaram essa narrativa do atentado . Ele foi de 8 segundos de Tv para 24 horas de Tv . pic.twitter.com/yqUdBxcVSH

— Alexandre Frota 777 (@77_frota) September 13, 2021

A publicação incomodou parlamentares bolsonaristas, entre eles o deputado federal Carlos Jordy (PSL). Em publicação no Instagram, o parlamentar divulgou uma foto com a frase "caso de internação", onde se referia diretamente a Frota. "Fica calmo, não foi você que tomou a facada, foi? Então se nada tem, assina o pedido, assim você mostra que é o cara. Já que não tem nada ,você deveria ser o primeiro a assinar. Tá convidado. ABS Flamengo meteu 3 no Palmeiras, assistiu?", rebateu Alexandre. 

Na data do ocorrido, Bolsonaro estava nos ombros de um apoiador quando um homem se aproximou e desferiu o golpe. Na época ainda deputado, foi socorrido e levado à Santa Casa da Misericórdia. O agressor foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira, natural de Montes Claros, também em Minas Gerais. Ele foi preso pela Polícia Federal, após ser agredido por populares, assim que cometeu o atentado contra o então candidato e permanece na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

No começo de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o pedido da defesa de Adélio de transferência para um hospital de tratamento psiquiátrico. Em junho de 2019, ele foi absolvido pela facada. A decisão foi proferida após o processo criminal que o considerou inimputável por transtorno mental.

Ainda que o presidente e apoiadores acreditem na existência de um mandante do crime, a PF concluiu que ele agiu sozinho. A corporação analisou objetos que pertenciam a Adélio, dentre aparelhos celulares e um computador. A corporação periciou ao menos 2 terabytes de arquivos de imagens, 350 horas de vídeo, 600 documentos, 700 gigabytes de volume de dados de mídia, 1,2 mil fotos e mais de 40 mil e-mails. A PF ainda entrevistou 102 pessoas e outras 89 testemunhas.

Três anos depois, Bolsonaro relembrou, por meio das redes sociais, a facada recebida no abdômen. O mandatário agradeceu por ter sobrevivido e apontou que "se preciso for, a vida pela liberdade". "Há exatos 3 anos tentaram me matar. Agradeço a Deus pela sobrevivência. Hoje, se preciso for, a vida pela liberdade", escreveu.