Camilo critica atos do 7 de Setembro que defendem "projetos autoritários de poder"

A fala do chefe do Executivo estadual acontece após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçar responder ações que considera "inconstitucionais"

18:03 | Set. 04, 2021

Governador Camilo Santana (foto: JÚLIO CAESAR)

O governador Camilo Santana (PT) criticou, em suas redes sociais, na tarde deste sábado, 4, as pessoas que usam o dia 7 de Setembro para “estimular o ódio, a intolerância e o desrespeito à democracia”. Para o chefe do Executivo estadual, esse público “não tem amor” ao Brasil e pensa “unicamente em seus projetos autoritários de poder”. A fala do mandatário acontece após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçar responder a ações consideradas por ele "inconstitucionais".

"Nós não precisamos sair das quatro linhas da Constituição. Ali temos tudo o que precisamos. Mas, se alguém quiser jogar fora das quatro linhas, nós mostraremos o que poderemos fazer, também", declarou Bolsonaro em cerimônia nessa sexta-feira. "Vamos derrotar aqueles que querem nos levar para o caminho da Venezuela, juntos seremos vitoriosos", disse, acrescentando que manifestações seriam "ultimato" a "duas pessoas" que estariam atrapalhando seu governo.

Camilo, no entanto, cobrou que o País precisa de respeito e paz. “Não será uma minoria barulhenta, violenta e inconsequente que traçará o destino da maioria absoluta de milhões de brasileiros, gente pacífica, que sonha com a volta de um Brasil mais justo e feliz”, afirmou o governador. No dia 16 de agosto, Santana e outros 12 governadores divulgaram nota em defesa do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem sido atacado por Bolsonaro nas últimas semanas.

Nesta sexta-feira, o blogueiro cearense Wellington Macedo foi preso preventivamente em um hotel em Brasília por suspeitas de articular um ato antidemocrático no próximo dia 7 de setembro, após divulgar vídeos incentivando um ato para pedir a deposição de ministros do Supremo. Ele também é investigado no inquérito que apura financiamento e organização de atos antidemocráticos pelo País.

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