Presidente da CPI, senador Omar Aziz diz que Bolsonaro tem um "gabinete de assassinos"

A fala foi em referência ao chamado "gabinete de ódio", grupo que administrava perfis de apoio ao presidente na internet

18:26 | Jul. 19, 2021

Senador Omar Aziz é presidente da CPI da Covid (foto: Reprodução)

Em entrevista à Revista Fórum, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que Jair Bolsonaro (sem partido) tem um "gabinete de assassinos", em referência ao chamado "gabinete do ódio".

O "gabinete do ódio" é um nome dado a um grupo de assessores nomeados no Palácio do Planalto com foco nas redes sociais. Esse membros são conhecidos por administrem perfis de apoio a Bolsonaro na internet que promovem desinformação e ataques a adversários políticos.

“Não é gabinete do ódio só não, é o gabinete dos assassinos. Esse gabinete fez muita gente ir à morte, são assassinos. O ódio deixa mal quem está com ódio e quem recebe o ódio. Um gabinete que propaga uma medicação não comprovada, é assassino”, disse Aziz.

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) repercutiu a afirmação de Aziz e concordou: "É isto".


Omar Aziz falou à Fórum sobre a condução das investigações pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a ação do Governo Federal no enfrentamento à pandemia, e não poupou críticas ao presidente Bolsonaro.

"Tinha um cara no Brasil que era o absoluto no cercadinho", disse. “Aquilo que ele falava virava lei no país, ninguém podia se contrapor, se alguma jornalista se contrapunha a ele, ele chamava de anta, quadrúpede, os adjetivos que o presidente usa e ainda abre a boca para dizer que é cristão”, completou. Nesse sentido, o senador defendeu que a comissão é importante pois era "o contraponto que faltava".

Durante a entrevista, Aziz sustentou ainda que Bolsonaro não apostou em vacinas, mas no tratamento precoce e na imunidade de rebanho por contaminação em massa. O parlamentar se baseou em documentos entregues pelo ex-assessor especial da Comunicação Fábio Wajngarten, ouvido pela CPI no dia 13 de maio.
“O presidente não apostava nas vacinas, mas sim no que ele repetia e a população estava aceitando, que era a imunização de rebanho, que é crime contra a humanidade. Vai lá, se contamina e quem for forte que se salve. Ele usava a si próprio como exemplo 'sou atleta, sou isso, sou aquilo'. Agora não aguentou uma dor de barriga e foi se internar”, declarou.

Jair Bolsonaro recebeu alta hospitalar neste domingo, 18, após cinco dias internado. Ele deu entrada no Hospital das Forças Armadas na última quarta-feira, 14, de onde foi transferido para o Vila Nova Star, em São Paulo. O presidente tratava de uma obstrução intestinal.