Ministro da Defesa e comandantes reagem a fala de Aziz: "Vil, leviana, infundada e irresponsável"

No documento, os militares acusam o presidente da CPI da Covid de desrespeitar as Forças Armadas, "generalizando esquemas de corrupção"

07:59 | Jul. 08, 2021

Braga Netto virou o homem de confiança do presidente Jair Bolsonaro e foi candidato a vice-presidente nas últimas eleições (foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)

O ministro da Defesa, Braga Neto, e os comandantes das três Forças Armadas divulgaram, na noite desta quarta-feira, 7, nota oficial de repúdio às declarações do senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid. Nela, os militares acusam o parlamentar de desrespeitar as Forças Armadas, "generalizando esquemas de corrupção".

"Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável." No trecho final, a nota torna-se mais intimidadora. "As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro", afirma o documento. 

Além de Braga Netto, a nota é assinada pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Comandante do Exército, e pelo tenente Carlos de Almeida Baptista Junior, Comandante da Aeronáutica. 

Em sua fala durante oitiva na CPI da Covid, o ex-diretor do Departamento de Logística, Roberto Ferreira Dias, atribuiu ao ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, a responsabilidade da negociação das vacinas. Atual assessor da Casa Civil, Franco era o número 2 do Saúde na gestão do general Eduardo Pazuello.

Durante o depoimento da CPI da Covid nesta quarta-feira, 7, o presidente da comissão, Omar Aziz, disse que “os bons das Forças Armadas devem estar envergonhados” pelo envolvimento de militares nas suspeitas envolvendo o Ministério da Saúde. pic.twitter.com/9bxCqodvOB

— Jogo Político (@jogopolitico) July 8, 2021

Durante o depoimento, o presidente da CPI disse que “os bons das Forças Armadas devem estar envergonhados” pelo envolvimento de militares nas suspeitas envolvendo o Ministério da Saúde. 

O senador continuou: "Fazia muitos anos. Aliás, eu não tenho nem notícia disso na época da exceção que houve no Brasil, porque o Figueiredo morreu pobre, porque o Geisel morreu pobre, porque a gente conhecia... E eu estava, naquele momento, do outro lado, contra eles. Uma coisa de que a gente não os acusava era de corrupção, mas, agora, Força Aérea Brasileira, Coronel Guerra, Coronel Élcio, General Pazuello e haja envolvimento de militares". 

Confira nota na íntegra:

Brasília, 07/07/2021 - O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veementemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.

Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.

A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.

Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.

As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.

Walter Souza Braga Netto
Ministro de Estado da Defesa

Alte Esq Almir Garnier Santos
Comandante da Marinha

Gen Ex Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Comandante do Exército