Mensagens no celular de Dominguetti indicam que ele negociava comissão de 25 centavos de dólar por dose de vacina

Ainda sob perícia, material será usado pela CPI da Covid para estruturar os relacionamentos de Dominguetti com empresas e agentes públicos

12:23 | Jul. 05, 2021

CPI da Covid: Luiz Paulo Dominguetti, da Davati Medical Supply, depõe hoje à Comissão sobre suposto pedido de propina na venda de vacinas ao Ministério da Saúde (foto: Reprodução/TV Senado/Youtube)

O celular do cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti, apreendido durante depoimento do policial na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, na última quinta-feira, 1º, continha pelo menos 900 caixas de diálogo em aplicativos de mensagens que foram obtidas pelo programa Fantástico, da Rede Globo, e divulgadas no último domingo, 4.

O material será usado pela comissão para estruturar os relacionamentos de Dominguetti com empresas e agentes públicos. Ainda sob perícia, algumas conversas indicam que o agente negociava por dose de vacina uma comissão de vinte e cinco centavos de dólar.

Dominguetti depôs na CPI da Covid depois de fazer denúncia ao jornal Folha de S.Paulo sobre suposto esquema de corrupção que envolvia o Ministério da Saúde e uma proposta de propina do governo Bolsonaro de 1 dólar por dose de vacina.

Segundo o Fantástico, em 10 de fevereiro, o policial enviou a seguinte mensagem a um contato identificado como Guilherme Filho Odilon: "Estamos negociando algumas vacinas em números superior a 3 milhões de doses. Neste caso a comissão fica em 25 centavos de dólar por dose".

E segue: "O que estamos fazendo é pegar o volume da comissão e dividimos de forma igual a todos os envolvidos, claro que proporcionalmente aos grupos. Sendo três pessoas, eu, você e seu parceiro não teria objeções em avançar neste sentido", conclui a reportagem.