Pazuello pediu demissão de Roberto Dias, mas Bolsonaro vetou

O despacho pedindo a exoneração do servidor foi enviado à Casa Civil no ano passado, mas o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a demissão, por pressão política.

11:59 | Jul. 01, 2021

Roberto Dias teria pedido propina de US$ 1 na negociação para compra de doses de imunizantes (foto: Foto: Agência Brasil)

O general Eduardo Pazuello pediu a demissão do então diretor de Logística, Roberto Ferreira Dias, em 28 de outubro, quando ainda atuava como ministro da Saúde. As informações são da Rádio CBN e confirmada pela Folha. O despacho pedindo a exoneração do servidor foi enviado à Casa Civil no ano passado, mas o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a demissão, por pressão política.

A decisão de retirar Dias do cargo foi tomada após pedido do então secretário-executivo Elcio Franco. A exoneração, no entanto, não foi publicada em Diário Oficial da União (DOU). Dias só deixou a pasta nesta quarta-feira, 30, após uma denúncia de que ele cobrou propina para a compra de vacinas contra a Covid-19. 

A informação é que Bolsonaro resolveu manter Dias no cargo após ter sido influenciado pelo presidente do Senado na época, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A exoneração foi solicitada após suspeitas de irregularidades em contrato, assinado por Roberto Dias, para a compra de 10 milhões de testes para detecção da Covid-19.

Roberto Ferreira Dias foi citado pelo representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que depõe nesta quinta-feira, 1º de julho, na CPI da Covid. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Dominguetti Pereira afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose, em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.