Pfizer diz que Brasil teria 18,5 milhões de doses até o 1º semestre 2021 se governo tivesse assinado acordo em agosto de 2020

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), manifestou-se no Twitter após a fala do gerente-geral da Pfizer. Para ele se o governo tivesse aceitado as propostas, "não estaríamos vivendo essa tragédia"

16:01 | Mai. 13, 2021

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do gerente-geral da Pfizer na América Latina. O objetivo é esclarecer relatos de que o Ministério da Saúde rejeitou, mais de uma vez, oferta de 70 milhões de doses para aquisição de vacinas da empresa farmacêutica. ..A Comissão Parlamentar de Inquérito investiga ações do governo federal no enfrentamento da pandemia e aplicação de recursos da União transferidos para estados, Distrito Federal e municípios para essa finalidade. A reunião acontece no formato semipresencial por decisão do presidente do Senado Federal. .. (foto: Jefferson Rudy)

O gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou durante o depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta quinta-feira, 13, que, se o contrato com a empresa tivesse sido assinado pelo governo Bolsonaro em agosto de 2020, o Brasil teria recebido 18,5 milhões de doses da vacina até o segundo trimestre deste ano.

Murillo revelou ainda que a empresa fez pelo menos cinco ofertas de doses do imunizante no ano passado e que o governo ignorou proposta para comprar 70 milhões de unidades. O Ministério da Saúde só firmou acordo com a farmacêutica no último mês de março, pela aquisição de 100 milhões de doses, das quais 14 milhões devem ser entregues ainda neste segundo trimestre, e os 86 milhões restantes, no terceiro trimestre de 2021.

O vice-presidente da CPI e líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), manifestou-se no Twitter após a fala do gerente-geral da Pfizer. Para ele se o governo tivesse aceitado as propostas, "não estaríamos vivendo essa tragédia".

"Se o Governo Brasileiro tivesse adquirido vacinas ano passado, as 20 milhões oferecidas, nós teríamos protegido TODA a população com mais de 60 anos e ainda sobraria. Poderia ainda, (além de salvar milhões de vidas), já ter vacinado ano passado TODOS trabalhadores de saúde - cerca de 5 milhões de pessoas (setor público e privado) - todos da chamada cadeia produtiva da saúde", escreveu.

E seguiu: "Poderia ter vacinado TODOS os diabéticos (cerca de 13 milhões), muitos desses já estão na faixa de mais de 60 anos (35%)".