Renan Calheiros pede prisão de Fábio Wajngarten após depoimento em CPI da Covid

A decisão de prisão cabe ao presidente da CPI, senador Omar Aziz, que afirmou que no que depender dele não vai autorizar a prisão em flagrante.

16:55 | Mai. 12, 2021

Senador Renan Calheiros, relator d CPI da Covid (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Diante de diversas contradições no depoimento nesta quarta-feira, 12, do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que vai pedir a prisão do depoente. O pedido de prisão também foi feito pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que é professor de direito penal. 

"O espetáculo de mentira é algo que não vai se repetir e não pode servir de precedente", disse Renan. O senador fez a afirmação após Wajngarten negar que autorizou a veiculação da campanha "O Brasil Não Pode Parar". Renan, então, mostrou as postagens oficiais feita pelo governo.

Wajngarten foi convocado a depor na CPI da Covid como testemunha. Nessa condição, ele deve se comprometer a dizer a verdade, sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho. A decisão de prisão cabe ao presidente da CPI, senador Omar Aziz, que afirmou que no que depender dele não vai autorizar a prisão em flagrante.

Aziz chegou a afirmar que não será "carcereiro" e que não daria ordem de prisão em flagrante de ninguém. ele sugeriu que em caso de comprovação de falso testemunho os fatos podem constar no relatório da CPI e que ele pode ser processado por tal. Em resposta, Renan Calheiros afirmou que "aceitar que testemunhas" mintam na CPI pode levar a enfraquecimento da Comissão.

O ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten voltou a dar declarações contraditórias em seu depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira. Aos senadores, o empresário afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não sabia de sua iniciativa de mobilizar diversos setores do País para a compra das vacinas da Pfizer. Em entrevista à revista Veja, no entanto, ele afirmou que o mandatário havia te dado aval para negociar os imunizantes. Diante da situação, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou ao ex-chefe da Secom que é "melhor mentir à Veja do que à CPI". "Aqui dá cadeia", disse Vieira.

Essa não foi a primeira fala contraditória de Wajngarten. Se em entrevista à revista Veja, em abril deste ano, ele disse que houve "incompetência" e "ineficiência" do Ministério da Saúde no atraso das vacinas, nesta quarta ele evitou dar declarações sobre o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

"O senhor só está aqui por causa da entrevista à revista Veja, se não, a gente nem lembrava que o senhor existia", disse o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, disse que vai pedir a prisão do depoente caso fique comprovado que ele mentiu.

"O que eu quis dizer na entrevista é justamente sobre as três cláusulas que eram impeditivas. Eu desconheço quem tenha orientado. O fato é que a gente buscava sempre acelerar a celebração do contrato da Pfizer para que a melhor vacina chegasse aos brasileiros. Infelizmente havia uma lacuna legal", disse o ex-chefe da Secom.