Bolsonaro: "No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo"

Em seu perfil no Twitter, presidente disse que, em seu governo, "aborto jamais será aprovado"; votação no Senado da Argentina terminou na madrugada desta quarta-feira, 30

23:35 | Dez. 30, 2020

Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), criticou em seu Twitter a legalização do aborto na Argentina (foto: Alan Santos/Presidência da República/ Divulgação)

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais para comentar a legalização do aborto na Argentina. A proibição ao procedimento médico foi derrubada no país na madrugada desta quarta-feira, 30, em votação no Senado.

Em seu Twitter, Bolsonaro disse que lamenta "pela vida das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado". Ele completou afirmando que, em seu governo, "o aborto jamais será aprovado".

- Lamento profundamente pelas vidas das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado. No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo. Lutaremos sempre para proteger a vida dos inocentes!

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 30, 2020


Outra figura do alto escalão do governo se pronunciou sobre o tema. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticou a decisão, chamando a prática de "barbárie".

Legalização do aborto na Argentina

O procedimento médico de interrupção da gravidez até a 14ª semana de gestação foi legalizado na Argentina na madrugada desta quarta-feira, 30. O projeto, de autoria do presidente Alberto Fernández, havia sido aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 11, por 131 votos a favor e 117 contrários, além de seis abstenções. No Senado, foram 38 votos a favor, 29 contrários e uma abstenção.

Segundo cálculos do governo, entre 370 mil e 520 mil abortos são realizados por ano no país, mesmo sem a legalização. Desde 1983, após a queda da ditadura militar argentina, quando começou a coleta dos dados, mais de 3 mil mulheres morreram por complicações relacionadas ao caráter clandestino do procedimento.