ONU pede investigação sobre alegações de tortura em Belarus

"Continuamos a receber informes alarmantes sobre a repressão violenta e contínua de manifestações pacíficas", acrescentou Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos

08:22 | Set. 14, 2020

Milhares de pessoas protestaram em Minsk, Belarus, contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko. (foto: TUT.BY / AFP)

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, aumentou a pressão sobre Belarus nesta segunda-feira, 14, pedindo uma investigação sobre as denúncias de tortura por parte das forças de segurança daquele país.

 

"Levando-se em conta sua extensão e número, todas as denúncias de tortura e outras formas de maus-tratos devem ser documentadas e objeto de investigação, a fim de levar seus responsáveis à Justiça", declarou a ex-presidente do Chile na abertura da 45ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

 

"Continuamos a receber informes alarmantes sobre a repressão violenta e contínua de manifestações pacíficas", acrescentou Bachelet.

 

Um pouco antes, o Conselho de Direitos Humanos da ONU havia aprovado a realização na sexta-feira de uma reunião de emergência sobre Belarus. O pedido foi feito pela União Europeia e teve o apoio de 25 países. Dois se manifestaram contra, e 20 se abstiveram.

 

Apesar da repressão e da prisão de cerca de 400 pessoas, milhares foram às ruas em Minsk no domingo, 13, contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko.

 

Desde as eleições de 9 de agosto, o movimento de protesto conseguiu reunir a cada domingo, nesta ex-república soviética, mais de 100.000 pessoas nas ruas da capital do país, Minsk.