Collor diz que reforma tributária está sendo feita "de forma atabalhoada"

Em entrevista à rádio O POVO/CBN, o ex-presidente Fernando Collor de Mello também comentou sobre a importância do Fundeb e demonstrou apoiar a PEC 15/15

13:50 | Jul. 23, 2020

O ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello (PROS-AL) , fez críticas à reforma tributária, em entrevista exclusiva à Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, na manhã desta quinta-feira, 23. “Do modo como está encaminhada, a reforma tributária vai ter sérios problemas e dificuldades para tramitar no Congresso Nacional”, disse.

A proposta de reforma tributária, feita pelo ministro da Economia, tem gerado polêmica e é apontada como incompleta. O texto enviado ao Congresso trata apenas da unificação do PIS/Cofins para dar lugar ao novo tributo intitulado Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS), que terá alíquota única de 12%. Esta é a primeira etapa de pelo menos outras duas a serem apresentadas a partir de agosto.

“A reforma está sendo feita de forma atabalhoada, de forma fatiada, que vai perdendo a coerência do projeto global. É naturalmente uma reforma tributária que nós temos que abrir o olho”, criticou Collor, durante a entrevista. O ex-presidente também questionou o interesse do Governo Federal em fazer uma redistribuição, onde terá que abrir mão de parte dos recursos auferidos pela tributação.

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Collor, que atualmente cumpre seu segundo mandato como senador, também comentou sobre a importância do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Para o ex-presidente, o Fundo é crucial para a construção da cidadania e desenvolvimento do País.

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“É preciso que tornemos os recursos do Fundeb de forma previsível a cada ano, naquele mesmo montante, obedecendo ao escalonamento que vai dos atuais percentuais até 23%, em 2026”, afirmou, recordando parte da proposta de Emenda à Constituição, que tem como relatora a deputada federal Professora Dorinha Seabra (DEM-TO). Collor já havia manifestado seu apoio à renovação do Fundeb em publicação feita no Twitter.

Na entrevista, o senador também comentou que não tem interesse em se candidatar novamente à presidência da República, e declarou que Ciro Gomes seria um candidato excelente ao cargo. Além disso, destacou que não apoia o processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, e que a quantidade de pedidos de deposição, sobretudo em meio a pandemia, demonstra a banalização do instrumento democrático.

Colaborou Bruna Damasceno