"O fim de muitas ilusões, inclusive as nossas", afirmam assessores militares de Bolsonaro

Oficiais-militares dizem que Bolsonaro virou presidente 'zumbi' e que o presidente cometeu "suicídio" e não recupera mais seu capital político

14:34 | Abr. 24, 2020

Aproximação de Bolsonaro com o Centrão seria forma de fortalecer base e enfraquecer influência de Rodrigo Maia na Câmara (foto: Marcos Correa / PR)

Após o anúncio de abandono do cargo do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, na manhã desta sexta-feira, 24, auxiliares militares do Palácio do Planalto manifestaram insatisfações com o presidente Jair Bolsonaro, acusado de querer interferir na Polícia Federal.

Segundo a puração da Folha de S. Paulo, funcionários fardados do presidente reagiram com frases como "agora acabou" e apontando "o fim de muitas ilusões, inclusive as nossas". Houve relatos de silêncio nos corredores do quarto andar, onde ficam os gabinetes ministros palacianos e até de lágrimas após a fala de Moro.

Enquanto isso, oficiais-generais afirmaram que o governo Bolsonaro dificilmente se recuperará após a saída de Moro do cargo. Em reportagem do Estadão, eles se disseram “perplexos” e “chocados” com as declarações dadas em coletiva nesta manhã. Um dos militares disse que Bolsonaro virou, no mínimo, um “zumbi” no Palácio do Planalto.

“Tudo tem limite”, afirmou um dos generais em entrevista. Outro disse que o presidente cometeu “suicídio” e não recupera mais seu capital político. O tamanho do problema ainda está sendo avaliado, mas todos ressaltam que as consequências são "imprevisíveis".

Ainda à reportagem para o Estadão, militares avaliaram que os sinais dados por Bolsonaro, além da questão da sucessão e interferência na Polícia Federal, são “péssimos” e se movimentam no rumo de setores da política